André Cabral – Historiador e professor

Discutir Cuba é contextualizar o período da guerra fria marcada pela disputa ideológica e geopolítica entre os Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Soviética de 1945 a 1990.
Sobre essa geopolítica, numa ilha no mar do Caribe, surge um movimento guerrilheiro que derrubou o governo ditatorial de Fulgêncio Batista, sobre a liderança de Fidel Castro, com o apoio de revolucionários como Ernesto “Che” Guevara, Camilo Cienfuegos e do seu irmão Raul e muitos voluntários.
Logo após consolidada as vitórias Militares sobre a ditadura de Fulgêncio, em 16 abril de 1961, Fidel Castro anuncia ao mundo que Cuba passava a ser um país socialista. Em seguida houve a reação dos EUA, a ilha foi invadida pelo sul, mais precisamente na Baía dos Porcos, por exilados cubanos que haviam sido treinados pela (CIA), o regime cubano resistiu a essa ofensiva.
Outro evento entre Cuba e os Estados Unidos foi a Crise do Mísseis em outubro de 1962, provocando um incidente diplomático entre Estados Unidos e União Soviética, por causa da instalação de mísseis soviéticos em Cuba. O evento foi considerado o momento mais tenso da Guerra Fria, cause provando uma guerra nuclear. Para atenuar a crise diplomática em 26 de outubro, os soviéticos ofereceram outra solução: se comprometeram na época a retirar os mísseis, caso os Estados Unidos não invadissem Cuba.
Ainda nesse contexto da América Latina, a política Estadunidense foi desenvolvida por uma série de mecanismos de combate ao “expansionismo comunista”. apoiaram à instalação de governos ditatoriais em diferentes locais da América Latina. Golpe militar no Brasil em 1964, e de disseminação de ditaduras militares pela região, chegando à Bolívia (1964), à Argentina (1966, e depois 1976), ao Chile e ao Uruguai (1973), entre outros. Como características comuns esses regimes impuseram uma militarização do Estado, com as Forças Armadas assumindo o papel de dirigente político e agente da repressão.
Cuba não se submeteu a política estadunidense e resiste ao
embargo econômico imposto em 7 de fevereiro de 1962 (meio século). O embargo cubano é aplicado principalmente por meio de seis estatutos: a Lei de Comércio com o Inimigo de 1917, a Lei de Assistência Externa de 1961, o Regulamento de Controle de Ativos Cubanos de 1963, a Lei de Democracia Cubana de 1992, a Lei Helms-Burton de 1996 e a Lei de Reforma das Sanções Comerciais e de Melhoria das Exportações de 2000.
A política do bloqueio econômico foi condenada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, que caracterizou como uma medida “extraterritorial” que viola “a igualdade soberana dos Estados, a não intervenção em seus assuntos internos, e a liberdade de comércio e navegação como primordial para a condução dos assuntos internacionais”.
Com o fim URSS, Cuba deixou de receber ajuda econômica, e a saída encontrada foi o turismo. Para desestabilizar Cuba, os EUA passaram a financiar grupos terroristas nos anos 1990 (exilados em Miami) contra o governo cubano e para espantar os turistas. Tais grupos usavam de métodos como explosão de bombas em hotéis e pontos turísticos. Para enfrentar tal ameaça, o governo cubano infiltrou nos grupos anticastristas agentes especiais para avisar o país em caso de novos ataques (a famosa Rede Vespa).
Apesar da constante ofensiva estadunidense, Cuba tem uma das melhores expectativa de vida da América e o melhor sistema de saúde pública, além de um projeto que fornece atendimento médico pelo mundo. A Brigada Médica Cubana, proporciona esperança e inspiração em todo o mundo e seu trabalho é reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O Império não descansa um único dia em seu propósito de liquidar a audácia dos cubanos em se contrapor a sua política, utilizando como método um ultrajante bloqueio econômico, para asfixiar as conquistas da Revolução Cubana.

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