Ocupando mais uma vez a capital alagoana, o MST realiza entre os dias 6 a 9 de setembro a 22ª edição da Feira da Reforma Agrária. Com a representação de camponeses e camponesas de todo o estado, na Praça da Faculdade, em Maceió, Alagoas.
Integrando pela primeira vez o calendário oficial do estado de Alagoas, a Feira organizada pelo Movimento Sem Terra levará para o centro da cidade a representação das diversas dimensões do projeto de Reforma Agrária Popular, defendida e construída pelo MST: produção de alimentos saudáveis, cultura popular, debates, práticas populares de saúde, culinária da roça e um conjunto de atividades já tradicionais nas edições da Feira da Reforma Agrária.
“Ocupar por mais um ano a Praça da Faculdade com a fartura e a organização dos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra é sempre um desafio, mas também muito gratificante para todas e todos que fazem o MST”, refletiu Débora Nunes, da coordenação nacional do Movimento.
De acordo com Nunes, a expectativa é de que a Feira em 2023 mobilize ainda mais trabalhadores/as rurais de todo o estado: “a Feira já está enraizada no calendário organizativo e produtivo dos acampados e assentados da Reforma Agrária e este ano, mesmo com todas as dificuldades e limites para a produção no campo, nossa expectativa é de que o volume de alimentos in natura e processados seja ainda maior do que em anos anteriores”.
Com o diferencial também tradicional das Feiras na praça da Faculdade, o MST segue com a estratégia de comercialização dos produtos com valor abaixo do mercado convencional. “Cada vez que chegamos em Maceió com a Feira da Reforma Agrária, nosso principal objetivo é apresentar para o conjunto da sociedade o papel e a importância da agricultura camponesa para Alagoas e para o Brasil: levar comida saudável, sem veneno, para a mesa do povo trabalhador”, comentou Débora.
Festival do MST: por terra, arte e pão!
Novidade na programação da Feira deste ano, o Movimento realizará como parte da programação cultural da atividade o “Festival do MST: por terra, arte e pão!”, iniciativa da organização na perspectiva de ampliar o diálogo com a sociedade a partir da ação cultural com artistas, grupos e coletivos culturais.
“As apresentações e atividades culturais são parte da ação do MST durante a Feira da Reforma Agrária e esse ano não será diferente”, destacou Alana Barros, da Brigada Urbana do MST. “Nosso objetivo é com a realização do Festival reunirmos artistas apoiadores da luta pela terra e pela Reforma Agrária para um bonito encontro da arte, em suas variadas linguagens, com a defesa política da necessidade e importância da luta pela terra em Alagoas”, afirma.
De acordo com a organização do Festival, que teve sua primeira edição em Belo Horizonte (MG), estão previstas apresentações de artistas alagoanos, bem como atrações de fora do estado. A programação cultural será aberta ao público durante todos os dias de Feira, distribuídos em dois palcos na Praça da Faculdade.
#TôComMST
“Vivemos em um difícil cenário de tentativa de criminalização do MST e da luta pela terra, queremos com a Feira poder reunir os diversos apoiadores da nossa luta e reafirmar a importância da organização camponesa”, sinalizou Margarida da Silva, da direção nacional do MST.
Para a dirigente, a Feira cumprirá o papel de encontro na defesa do desenvolvimento de Alagoas a partir da valorização e incentivo ao trabalho dos camponeses e camponesas. “A Feira cumpre o papel de prestar contas para a sociedade: demonstrando na prática o resultado das nossas lutas, marchas, ocupações e reivindicações. É fundamental que a sociedade veja, compreenda e defenda com a gente essa luta que se materializa no campo, mas também se conquista na cidade”.
Fonte: MST