O povo chileno vai às urnas no segundo domingo de abril para eleger os deputados que terão o mandato para redigir uma nova Constituição e enterrar a herança herdada da ditadura militar (1973-1990). Isto é uma conquista do movimento iniciado em 2019, “estallido”, como dizem os chilenos, que tomaram as ruas para pôr abaixo a política de Pinochet, mantida nos 30 anos após a queda do ditador.
Originalmente foi uma manobra do governo Piñera para conter as mobilizações – a Convenção Constitucional, está prevista no Acordo de Paz, assinado após a greve geral de 12 de novembro de 2019 -, mas o tiro saiu pela culatra. No plebiscito de 25 de outubro de 2020, a esmagadora maioria votou por uma nova Constituição a ser feita por uma Convenção com 100% de deputados eleitos para este fim (e não 50% dos atuais e 50% de eleitos).
Em sua luta o povo chileno expressou um grande rechaço aos partidos tradicionais identificando-os com a preservação da política da ditadura. Candidaturas independentes, e principalmente as identificadas com a mobilização desde o ”estallido”, ainda que tenham que superar vários obstáculos que lhe são impostos, têm grande receptividade junto à população.
Fonte: O Trabalho