Apesar do anúncio recente de renovação da frota com a chegada de 105 novos ônibus, apenas 95 veículos dos 549 em operação estão equipados com ar-condicionado
Superlotação, ônibus sucateados, atrasos constantes e insegurança. Esse é o retrato diário do transporte público em Maceió, uma cidade que gasta milhões em festas e propaganda, mas negligencia o básico: o direito a transporte com dignidade.
Apesar do anúncio recente de renovação da frota com a chegada de 105 novos ônibus, apenas 95 veículos dos 549 em operação estão equipados com ar-condicionado. Ou seja, apenas 17% da frota oferece um mínimo de conforto climático aos usuários — um número vergonhoso para uma capital onde o calor beira os 30 graus o ano inteiro.
Na última terça-feira (22), um vídeo de um passageiro revoltado viralizou nas redes sociais. Ele denunciou os atrasos e criticou duramente o Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT) e o prefeito João Henrique Caldas (JHC) pela má gestão. “Os ônibus são tão velhos que a cada freada parece que vão desmontar”, desabafou.
As críticas não são isoladas. Dados do DMTT apontam que Maceió concentra a maior frota de veículos de Alagoas, com mais de 408 mil carros registrados, número que cresceu mais de 50% em dez anos. O aumento da frota particular, somado à falta de alternativas eficientes no transporte coletivo, gera congestionamentos diários e contribui para o caos urbano.
A gestão JHC anunciou o ambicioso projeto BRT Maceió, prometendo investir R$ 2 bilhões na construção de 50 km de corredores exclusivos de ônibus. A previsão é atender cerca de 600 mil pessoas com uma ligação direta entre a parte alta e a parte baixa da cidade. Mas enquanto o projeto não sai do papel, a população continua enfrentando uma realidade de abandono, esperando horas em pontos superlotados, entrando em veículos superaquecidos e inseguros.
Maceió não aguenta mais promessas e maquiagem publicitária. A população exige um transporte público seguro e digno.
Fonte: 082 Notícias