Estudiosos denunciaram que foram impedidos por seguranças da Braskem de realizar a coleta da água, que fica próxima à base da mineradora e que tiveram que acionar a PM

Pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) afirmam terem sido impedidos por seguranças da Braskem de realizar coleta da água da Lagoa Mundaú, na região onde foram encontrados diversos peixes mortos neste domingo (14). Eles alegam que precisaram chamar a Polícia Militar para garantir que a pesquisa tivesse prosseguimento. A mortandade de peixes foi registrada por pescadores e marisqueiras da comunidade do Flexal de Baixo, na localidade que compreende o bairro do Bebedouro, em Maceió. Eles afirmam terem encontrado óleo na água da lagoa.

O coordenador do Laboratório de Aquicultura (Laqua) e professor da Ufal, disse que foi surpreendido com a proibição de seguranças da empresa Braskem.

“Eles impediram o acesso à laguna, mesmo quando me identifiquei como pesquisador. Não pude rastrear em pontos mais próximos à localização da base da empresa. Precisei solicitar a presença da Polícia Militar para me deslocar pela área. Fico profundamente contrariado com essa situação, porque a laguna Mundaú não é uma propriedade privada”, reclamou o professor. 

Com as amostras que conseguiu levar para o laboratório, o professor já iniciou análises na manhã desta segunda-feira (14), dos parâmetros físico-químicos e de alguns metais.

“Ainda vamos aprofundar as investigações nos três laboratórios, e vamos analisar também os peixes. A princípio, não parece ser um problema de matéria orgânica acumulada na laguna. A hipótese é que seja realmente algum produto lançado nas águas. Mas só poderemos confirmar com mais alguns testes e em breve estaremos divulgando os laudos”, avisou o pesquisador.

A situação foi comunicada ao professor Emerson Soares, que convidou outros pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) para auxiliar nesta investigação. São os integrantes do Laboratório de Sistemas de Separação e Otimização de Processos (Lassop), coordenado pelos professores João Inácio Soletti e Sandra Helena Carvalho; e o Laboratório de Instrumentação e Desenvolvimento em Química Analítica (LInQA), coordenado pelo professor Josué Carinhanha. Esses pesquisadores já atuaram juntos na força-tarefa que investigou o derramamento de óleo no litoral nordestino, em 2019.  

Em nota, a Braskem informou que a localidade foi interditada pela Defesa Civil e os vigilantes orientaram o professor a realizar uma solicitação formal para que o acesso fosse liberado.

A Braskem informa que a área da Avenida Major Cícero de Góes Monteiro, no bairro do Mutange, foi interditada pela Defesa Civil de Maceió por uma questão de segurança. O acesso só é permitido a profissionais autorizados. Ao abordar as equipes de vigilância, no último domingo, o professor foi orientado pelos vigilantes a fazer uma solicitação formal, para que o acesso fosse devidamente liberado.

Fonte: Gazeta Web

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