Diversos municípios visitados por Jair Bolsonaro registraram um crescimento expressivo no número de casos e mortes pela Covid-19 em função das aglomerações causadas pelo ex-capitão. Em algumas cidades, o sistema de saúde entrou em colapso

As viagens feitas por Jair Bolsonaro a diversos municípios, ao longo dos meses de fevereiro e março, registraram um crescimento no número de casos e mortes pela Covid-19 em função das aglomerações causadas pelo ex-capitão. Em algumas cidades, segundo reportagem do UOL, a rede de saúde entrou em colapso. Em ao menos dois estados, o Ministério Público pediu que os atos, considerados irregulares por não respeitarem as normas sanitárias adotadas para conter o avanço da pandemia, sejam investigados. 

No Acre, os MPS federal e estadual apresentaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação contra Bolsonaro  em função de sua visita ao estado no dia 24 de fevereiro. Na ação, protocolada nesta quarta-feira (17), estão anexadas fotos de Bolsonaro junto a apoiadores sem fazer uso da máscara de proteção. 

“O cenário de superlotação de leitos (acima de 80%) foi verificado na primeira semana de março –poucos dias após a visita da comitiva presidencial. Não é necessário qualquer tipo de raciocínio avançado para perceber que a ação dos representados ignorou totalmente as medidas destinadas a mitigar a pandemia”, afirmam os procuradores na representação. 

A passagem de Bolsonaro por Tinguá, no Ceará, no dia 26 de fevereiro, também levou o Ministério Púbico a pedir uma investigação. Naquela data, o município registrava uma ocupação de 80% dos dez leitos de UTI. Quinze dias depois, não havia mais vaga disponível e os doentes tiveram que ser transferidos para Sobral. 

Situação semelhante também foi registrada em Cascavel, no Paraná. No dia 4 de fevereiro, quando Bolsonaro visitou a cidade e causou aglomeração, a ocupação de leitos de UTI destinados a pacientes com Covid-19 estava em 76,5%. Quinze dias depois, o índice subiu para 90,6%. 

Em São Francisco do Sul, no dia 13 de fevereiro, Bolsonaro voltou a causar aglomerações e circulou sem máscara. A cidade, que registrava uma média de 12,4 novos casos diários de Covid-19, viu esta média saltar para 24,5 novos casos apenas duas semanas após a passagem do ex-capitão. 

Na Paraíba, no município de Boqueirão, a média de casos diários saltou de 2,4, para 3,5, no dia 5 de março. A cidade paraibana foi visitada por Bolsonaro no dia 19 de fevereiro. Em Uberlândia, a visita presidencial ocorreu no dia 4 de março, quando o município já registrava o colapso do sistema de saúde. .

Na ocasião, a prefeitura contabilizava 100% dos leitos de UTI ocupados e 184 pacientes na fila de espera por uma vaga. A cidade, que registrava  uma média de 15,1 mortes, viu esta média subir para . 23,6 quinze dias após a passagem de Bolsonaro pelo lugar.

Fonte: Brasil 247 

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