Levantamento patrimonial demonstrou que Bolsonaro e sua família gastaram mais de 26 milhões com imóveis em dinheiro vivo
Levantamento patrimonial realizado pelo UOL nesta terça-feira (30) mostrou que quase metade do patrimônio em imóveis do presidente Jair Bolsonaro (PL) e familiares foi edificado, nos últimos 30 anos, com dinheiro vivo. Foram compras de R$ 13,5 milhões registradas no cartório com a forma de pagamento “em moeda corrente nacional”. Com a correção do atual IPCA, esse valor equivale a R$ 25,6 milhões.
Desde os anos 1990, Bolsonaro, seus três filhos mais velhos, sua mãe, cinco irmãos e duas ex-mulheres adquiriram 107 imóveis no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília. Desse total, ao menos 51 foram negociados com dinheiro em espécie. Pelo levantamento, não é possível identificar o modo de pagamento de 26 imóveis, que somaram R$ 1,99 milhão em valores corrigidos.
Ainda desses 107 imóveis, 25 passaram por investigações no Ministério Público do Rio e do Distrito Federal. Entre essas propriedades estão a casa do presidente no condomínio Vivendas da Barra, no Rio, e a mansão comprada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em Brasília.
Em outubro de 2021, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou a PL 3951/2019, que restringe o uso de dinheiro em espécie em vários tipos de transações. O projeto de lei foi criado graças a uma emenda do senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR). Para Orivisto, é na compra de imóveis que ocorre as operações mais comuns envolvendo dinheiro ilícito, por isso sugeriu a emenda. “Tal tipo de operação é rotineiramente usada para esconder patrimônio de origem não justificada ou lavar dinheiro obtido ilegalmente. Por isso, a importância da emenda proibindo o uso de qualquer valor em espécie”.
Fonte: Jornalistas Livres