Acompanhe como foram os protestos em toda a Argentina contra medidas econômicas e trabalhistas do governo de Milei em paralisação histórica
Nesta quarta-feira (24/1), a Argentina está nas ruas em meio à primeira paralisação geral desde que Javier Milei assumiu a presidência, em dezembro do ano passado. Convocado pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior central sindical do país, e com o apoio da Confederação de Trabalhadores Argentinos (CTA), o lema do ato é “O país não está à venda”.
O objetivo é protestar contra a medida provisória do novo governo que faz modificações na economia e nas leis trabalhistas — chamada de “Decretaço”.
A Lei Omnibus, projeto que prevê superpoderes a Milei e a privatização de empresas estatais, também é alvo da paralisação. A greve teve início a partir das 12h (mesmo horário de Brasília) e vai durar 12 horas. Acompanhe, em ordem cronológica, como foi a maior paralisação, até o momento, do novo governo.
Terça-feira (23/1), à noite — A greve começa com o cancelamento de centenas de voos.
Quarta-feira (24/1), às 9h30 — O movimento se espalha entre os trabalhadores gerais pela manhã, mas também entre os pilotos e controladores técnicos, resultando no cancelamento de vários voos de diferentes companhias aéreas.
Às 10h — Trabalhadores começam a se organizar e vão em direção ao Congresso de Buenos Aires. As assembleias de bairros de Flores, Parque Chacabuco, Caballito e estudantes de filosofia e letras da UBA se preparam para a greve geral.
Às 10h50 — No Porto de Buenos Aires, terminais Río de la Plata e 4 APM Terminal, entram em paralisação total das 12h à 0h, assim como toda a federação portuária e da indústria naval.
Às 11h55 — Trabalhadores da Universidade Nacional de Avellaneda, deputados da zona sul e estudantes autoorganizados da Universidade de Lomas de Zamora chegam à estação ferroviária de Constitución para marchar até a Praça Constitución. “Não ao DNU”, “Não à repressão”, “Não à Lei Omnibus” e “Plano de Luta já” são algumaas exigências gritadas pelos manifestantes.
Às 12h — Ações de solidariedade ao protesto argentino ocorre em vários lugares do mundo, como em Barcelona, na Espanha, e em Berlim, na Alemanha.
Às 12h01 — A greve começa oficialmente na Praça do Congresso. Organizações operárias e manifestantes começam se reunir nas proximidades da praça.
Às 12h35 — Trabalhadores do hospital público Garrahan, em Buenos Aires, se organizam para iniciar a greve e marchar nas ruas da cidade.
Às 13h20 — O Ministério da Segurança implementa o protocolo contra manifestações. Uma força-tarefa da Polícia Federal, em conjunto com a Gendarmeria (espécie de Polícia Civil), se posiciona em frente ao Congresso, onde milhares de trabalhadores estavam concentrados durante a manifestação. No entanto, a população já tinha bloqueado completamente as avenidas Rivadavia e Entre Ríos. Ação faz parte da lei aprovada pelo governo contra os “piquetis”, método de protesto característico argentino, onde manifestantes bloqueam as avenidas principais.
Às 14h15 — Inicia o evento da CGT, com discurso de Pablo Moyano, secretário adjunto do Sindicato dos Caminhoneiros e membro de uma família conhecida no meio sindical argentino. Ele pede aos legisladores que rejeitem a Lei de Bases, medida que estabelece privatizações de 41 empresas públicas e mudanças nas leis eleitoral e penal do país, e que está na Câmara dos Deputados. Além disso, exige que “não traiam os trabalhadores” e a “doutrina do peronismo”, que é “defender os trabalhadores, os que têm menos e os aposentados”.
Às 14h45 — Encerramento do evento, mas durante a tarde haverá paralisação no transporte.
Fonte: Metrópoles