Um estudo publicado na revista científica “The BMJ”, na quarta-feira, 28, aponta que alimentos ultraprocessados, como refeições prontas, salgadinhos, biscoitos e refrigerantes, estão relacionados a um risco de aumento do agravamento de 32 doenças.
A publicação, chamada de “guarda-chuva”, contém o trabalho feito por pesquisadores dos Estados Unidos, Austrália, França e Irlanda. Ao todo, os cientistas acompanharam quase 10 milhões de pessoas. De maneira sólida, a pesquisa mostra que a ingestão de alimentos ultraprocessados está relacionada a um risco aumentado de 50% de morte em doenças cardiovasculares, 53% de transtornos mentais comuns e 48% de ansiedade prevalente.
Os dados também mostram um risco de 12% maior de diabetes tipo 2 a cada 10% de aumento de ultraprocessados na dieta. Evidências mais fracas, mas ainda consideradas altamente sugestivas, indicaram uma chance 20% maior de morte por qualquer causa, 55% de obesidade, 41% de problemas de sono, 40% de chiado no peito e 20% de depressão.
A pesquisa ainda apresentou outros estudos que apontam uma associação com asma, pior saúde gastrointestinal, alguns tipos de câncer e fatores de risco cardiometabólicos, como níveis elevados de gordura no sangue e baixos níveis de colesterol “bom”.
Um outro trabalho, também publicado na “The BMJ”, mas de pesquisadores espanhóis, mostra uma ligação entre comer mais de quatro porções de alimentos ultraprocessados por dia e um risco de aumento de 62% na mortalidade por todas as causas.
Veja os 32 problemas de saúde ligados aos ultraprocessados:
- Mortalidade por todas as causas;
- Mortalidade por câncer;
- Mortalidade por doenças cardiovasculares;
- Mortalidade por problemas cardíacos;
- Câncer de mama;
- Câncer (geral);
- Tumores do sistema nervoso central;
- Leucemia linfocítica crônica;
- Câncer colorretal;
- Câncer pancreático;
- Câncer de próstata;
- Desfechos adversos relacionados ao sono;
- Ansiedade;
- Transtornos mentais comuns;
- Depressão;
- Asma;
- Chiado no peito;
- Desfechos de doenças cardiovasculares combinados;
- Morbidade de doenças cardiovasculares;
- Hipertensão;
- Hipertriacilgliceridemia;
- Colesterol HDL baixo;
- Doença de Crohn;
- Colite ulcerativa;
- Obesidade abdominal;
- Hiperglicemia;
- Síndrome metabólica;
- Doença hepática gordurosa não alcoólica;
- Obesidade;
- Excesso de peso;
- Sobrepeso;
- Diabetes tipo 2
O que fazer para diminuir
O estudo ainda traz um edital sobre “Razões para evitar alimentos ultraprocessados”, no qual aponta a importância de políticas públicas para diminuir o consumo.
No texto, os pesquisadores destacam que os produtos podem ser danosos a “maioria, se não todos, os sistemas do corpo humano”.
No tocante a diminuição do consumo, os cientistas afirmam que ainda “há muito a ser feito”, mas defendem a restrição de publicidade dos produtos, proibição nacional da venda dentro ou perto de escolas e hospitais e medidas fiscais, como incentivo a alimentos in natura e minimamente processados.
Outro ponto seria a alteração na rotulagem, para incluir uma clara identificação de que se trata de um alimento ultraprocessado.
Fonte: Isto É