A pandemia da Covid-19 gerou um grande mercado para os laboratórios farmacêuticos, que buscam assegurar de todas as formas o máximo de lucro. A promessa de vacina de graça para os países pobres, defendida pela OMS e especialistas que espere. Nessa guerra, governos e imprensa cumprem papéis estratégicos. E o caso da vacina da Pfizer é muito interessante.

A vacina contra o Covid é um verdadeiro sucesso comercial para o grupo Pfizer /BioNTech. Campanhas de vacinação estão a ser preparadas em todo o mundo, o grupo está a multiplicar os seus contratos e as vendas poderão crescer. O grupo farmacêutico está a pressionar para que haja uma terceira dose – garantindo assim uma óptima cobertura vacinal – uma prática que está ainda a ser debatida pelas autoridades sanitárias. O grupo está a considerar pedir uma autorização de emergência para vacinar crianças dos 5 aos 11 anos de idade e os ensaios já estão em curso.

A Pfizer/BioNTech planeia produzir 3 mil milhões de doses da vacina em 2021, dizendo ter uma capacidade de fabrico de 4 mil milhões de doses em 2022. Os lucros esperados são de 33,5 mil milhões de dólares (duas vezes mais do que o que tinha previsto no passado mês de Fevereiro), representando um aumento de 20 a 23% nas receitas de 2021.

Pelo seu lado, o laboratório Moderna prevê obter uma receita anual de 19,5 mil milhões de dólares.

Apesar do aumento de produção – que logicamente faz diminuir os custos – e dos enormes dividendos que serão distribuídos aos accionistas, os laboratórios Pfizer e Moderna anunciaram um aumento no preço das vacinas vendidas à União Europeia: 19,5 euros contra os actuais 15,5 euros para a Pfizer/BioNtech (ou seja uma “inflação” de 25%), e 21,5 euros contra os actuais 19 para a Moderna.

As Bolsas de valores continuam a atingir máximos históricos

Resultados brilhantes, saúde insolente, notável performance, o jornal financeiro Les Echos (de 6 de Julho) não poupa elogios ao desempenho das 37 empresas do CAC-40 (1) que publicaram as suas contas semestrais até esta data.

Um recorde de 57 mil milhões de euros em lucros para os 37 grupos, liderados pelo gigante da indústria automóvel Stellantis, resultante da fusão dos grupos PSA e Fiat Chrysler Automobile.

“O resultado líquido semestral do CAC-40 aumentou 33%, em comparação com o mesmo período de 2019”, diz Marie Coste, especialista em mercados de capitais na PwC (PricewaterhouseCoopers). Foi principalmente a rentabilidade dos grupos franceses que melhorou: “Eles têm beneficiado de juros de dívidas baratos, da implementação de planos de poupança de custos e têm levado a cabo grandes reestruturações nos últimos dois anos (…). A pandemia é muito pouco mencionada nos resultados, sendo encarada como um acelerador de oportunidades, especialmente no campo da informática”.

Eles próprios o dizem: desenvolvimento do teletrabalho, telemedicina a pretexto do Covid, empréstimos garantidos pelo Estado, reestruturações e despedimentos têm sido o terreno fértil para tais lucros.

(1) O CAC-40 é o índice das principais empresas cotadas na Bolsa de Valores de Paris.

Fonte: Redação com POUS4

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