Cada procurador ganha R$ 1 mil por dia para trabalhar fora do local de residência, mas dois procuradores receberam R$ 834 mil em diárias, mesmo tendo residência em Curitiba (PR)
A farra com dinheiro público também foi feita pelos procuradores da Operação Lava Jato. Uma denúncia do site Intercept Brasil mostra que procuradores da Lava Jato, das forças-tarefas de São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro, gastaram R$ 3,25 milhões em diárias de viagem, sem contar os gastos com passagens que não entram na conta.
Embora sejam legais, cada procurador tem direito a uma diária de R$ 1 mil por dia de trabalho fora de sua comarca, o que chama a atenção são os gastos de procuradores que tinham residências nas cidades em que trabalhavam.
O procurador Diogo Castor de Mattos recebeu pelo menos R$ 373,6 mil em diárias. A partir de um relatório sobre diárias pagas na Lava Jato que a Procuradoria-Geral da República enviou ao Tribunal de Contas da União, o repórter do Intercept, Vinicius Konchinski , contou 425 diárias endereçadas a Castor, sendo 411 referentes a viagens para Curitiba.
Oficialmente, o procurador Castor de Mattos morava em Jacarezinho, a 386 quilômetros de Curitiba, onde trabalhava. Só que ele, comprovou, por diversas vezes, que tinha apartamento próprio na cidade, portanto, moralmente, não deveria receber a verba de viagem.
Outro procurador, Orlando Martello, recebeu R$ 461 mil em 457 diárias, de São Paulo a Curitiba, mas é casado com outra procuradora que mora na capital paranaense, onde ele ficava durante os dias de trabalho. Segundo o Intercept, o chefe da Operação, o procurador Deltan Dallagnol sabia das irregularidades. De novo, os procuradores que se pautaram pelo discurso contra a corrupção, no mínimo, transgrediram moralmente o que pregam.
Para ler a reportagem completa do Intercept Brasil com todos os detalhes da denúncia, clique aqui.
Fonte: CUT Brasil