“Estamos reunidos em Madri, neste dia 25 de junho, para agir contra a guerra, contra todos aqueles que a organizam e lucram com ela. Nos dias 29 e 30 de junho, o presidente Biden presidirá a cúpula da Otan em Madri, sediada pelo governo espanhol e com a presença do rei da Espanha, dos chefes de Estado e chefes militares dos países da Otan. O objetivo dessa cúpula é adicionar guerra à guerra”.
Assim começa o apelo adotado ao final da reunião de delegados de Alemanha, Grécia, Bélgica, Romênia, Portugal e França (apoiada por mensagens da Suíça, Áustria, Itália, Irlanda, Dinamarca e Moldávia). Esse encontro, realizado a convite de militantes de diversas regiões do Estado espanhol em torno do Comitê pela Aliança dos Trabalhadores e dos Povos (CATP), seguiu-se a uma conferência de emergência contra a guerra, realizada em 9 de abril, por videoconferência, a convite do Partido Operário Independente (POI) da França e da Nova Corrente de Esquerda (NAR) da Grécia.
O encontro permitiu discutir, para além das fronteiras, uma caracterização do que é realmente a política da Otan: a guerra e a miséria.
No site oficial da Otan, foi anunciado em 27 de junho: “Os chefes de Estado e de governo concordarão em reforçar a dissuasão e a defesa (…). Eles aprovarão o conceito estratégico de 2022, que será o roteiro da Aliança para os próximos anos. Os aliados (…) aumentarão o avanço tecnológico da Otan – tudo por meio do investimento necessário em nossa defesa coletiva”.
Em outras palavras, as decisões exigidas por Joe Biden dos 30 países da Otan já estavam escritas. Biden não se importa com a soberania das nações, com as decisões dos governos e dos parlamentos.
Comitê de ligação
Os 30 Estados são convocados a aprovar o “conceito estratégico de 2022”, que prepara o confronto com a China. Biden exige orçamentos cada vez maiores para a guerra em todos os países. No mesmo dia 27 de junho, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, declarou que os 2% do PIB a serem alcançados em cada país para o orçamento da defesa “não são um teto, mas um piso” (“Le Monde”, 28/6). O jornal francês observa que esses movimentos de poder do governo dos EUA provocam contradições e “fricções” no interior dos diferentes países da Otan.
Em 25 de junho, em Madri, o encontro europeu contra a guerra reuniu 98 militantes, os quais, vindos de experiências muito diferentes, concordaram que: é responsabilidade do movimento operário agir contra a guerra, contra os orçamentos e as políticas de guerra, contra os cortes nos orçamentos de outros setores; irão ajudar a construir amplos movimentos ou agrupamentos em cada país pela ruptura com os governos que fomentam a guerra e a miséria.
Os 98 militantes reunidos formaram um comitê de ligação para a continuação dessas lutas.
Fonte: O Trabalho