Servidores federais de 40 setores iniciaram, na manhã desta terça-feira (18), uma paralisação por reajuste salarial. Cerca de 500 trabalhadores protestam em frente à sede do Banco Central e, mais tarde, levarão as reivindicações ao Ministério da Economia. O ato ocorre de maneira presencial e também virtual, devido ao avanço dos casos de influenza e de covid-19.
Ao todo, pelo menos 30% dos servidores deverão trabalhar para não travar totalmente o expediente e resguardar o movimento. O presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, disse que o dia de paralisação será “histórico”. “Hoje é o dia de dizermos ao governo Bolsonaro que não vamos aceitar esse tratamento desrespeitoso com o funcionalismo. São cinco anos de congelamento salarial e três de ataques desenfreados ao funcionalismo público”, afirmou aos manifestantes.
Os servidores federais reivindicam aumento de até 28,15%. Este deve ser o primeiro dia de protesto e espera-se ainda a realização de mais dois atos em janeiro, nos dias 25 e 26. A categoria também prevê uma greve para fevereiro, caso não haja acordo.
Paralisação dos servidores federais
De acordo com reportagem do Congresso Em Foco, o impacto das paralisações já é sentido pelo governo com a suspensão de julgamentos pelo Conselho Administrativo de Recursos Federais (Carf) e filas de caminhões nas fronteiras esperando inspeção. Além disso, servidores de algumas categorias também têm entregado seus cargos. Entre os funcionários da Receita, mais de 1,2 mil já entregaram seus postos comissionados. A paralisação dos auditores fiscais da RFB já reúne 1.288 pedidos de entrega de cargos de chefia.
A pressão por aumentos se intensificou no fim de 2021, após a aprovação do Orçamento de 2022 no Congresso, que teve uma sinalização do governo Bolsonaro para o reajuste de salários de categorias específicas como policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penais. O presidente tem até esta sexta-feira (21) para sancionar a lei orçamentária deste ano, que destina R$ 1,7 bilhão para aumento do vencimento mensal de servidores.
Entre os servidores que devem aderir à paralisação, estão auditores da Receita Federal, funcionários do Banco Central, servidores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), auditores e técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tesouro Nacional, funcionários da Superintendência de Seguros Privados (Susep), auditores-fiscais do Trabalho, oficiais de inteligência e trabalhadores nas agências de regulação.
Fonte: Rede Brasil Atual