Flávio Show – Funcionário dos Correios

Maceió, 09 de Novembro de 2025

Em 1988 o Brasil se despedia de Chico Mendes, sindicalista, seringueiro e ativista ambiental que desde muito cedo ja fazia o debate da convivência pacífica entre o homem e a floresta, defendia o simples, mesmo que para muitos isso era visto como um movimento anti progresso. Chico Mendes compreendia que a floresta de pé possuía um valor incalculável, onde a mais nobre das madeiras, o mais valioso móvel não valia as gotas de uma seringueira que “chorava” suas lágrimas brancas por décadas, posso afirmar que era um choro de alegria.
Porém os fazendeiros travavam uma guerra contra a extração da borracha que, por ironia do destino fabricavam suas camionetes, seus barcos e aviões e em dezembro de 1988 os seringais choraram a partida do seu maior guardião.
Chico Mendes despertou no Brasil a importância da preservação ambiental como poucos, deixando seu legado e mesmo 37 anos depois da sua morte seu nome continua ecoando nas raízes mais profundas daqueles que não querem e jamais permitirão que empresários ambiciosos passem uma borracha em sua história.

Por falar em preservação ambiental, aqui no Brasil a COP 30 tem exposto os ensinamentos de Chico ao mundo. Diversas lideranças mundiais foram até o Pará para participar da defesa das florestas por dentro da floresta. Lula como anfitrião do evento teve a grande idéia de juntar a floresta e o homem para que ambos se conheçam de fato. Lula apresentou aos seus convidados as planilhas da fauna e da flora do Excel, os textos do Word em água corrente, as fotografias em movimentos nos rios e nos galhos das árvores, tudo que é estudado em um metro quadrado numa tela de computador foi de fato aprendido só em ouvir a sinfonia da floresta.
O Brasil ja conseguiu arrecadar bilhões de reais para um fundo em defesa do meio ambiente, mas o maior recurso que o mundo precisa juntar é a consciência e o respeito a uma semente, a uma árvore, a um bicho grande ou minúsculo, só assim alcançaremos o óbvio, que é possivel a convivência mútua entre o homem e o verde.

Em plena COP 30, infelizmente o Sul do Brasil foi atingido por mais uma catástrofe climática. O mesmo Brasil que até antes da decada de 90 se vangloriava dizendo que aqui não existia terremoto, maremotos, furacões e ciclones, não pode mais!
Ontem um ciclone provocou mortes e estragos em dezenas de cidades da região e o município de Rio Bonito do Iguaçu no Paraná foi totalmente destruido, contabilizando o maior número de mortos.
Os convidados e governantes da Conferência do Clima aprenderam da pior maneira, que é urgente uma solução para o aquecimento global e o desmatamento desenfreado dos biomas, aprenderam que seus discursos sem prática são ciclones que destroem cidades e causam mortes, aprenderam que a natureza vive em harmonia desde que o homem não mude o curso do rio, aprenderam que o gado no lugar de uma árvore é atuar como um quadrúpede ambiental, aprenderam que não devem transformar a neblina num fumaceiro tóxico, aprenderam que não podem mais desfilar com suas roupas de onça e muito menos com suas bolsas de jacarés nos grandes polos de moda. Se o dever de casa for feito pelos próximos anos a alma de Chico Mendes enfim poderá descansar.

Pra finalizar; finalizei!

Reflexões* Flávio Show 2025 , ano 05 – Edição 257

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