O curta-metragem iraniano consegue impactar e inspirar mudanças de comportamento em apenas 60 segundos

Não é preciso entender uma única palavra do idioma farsi, ou persa, falado pelo povo iraniano. As legendas em inglês ajudam a apreciar um pouco do poema recitado ao início, mas nem elas são estritamente necessárias para se captar a essência dos valores transmitidos por este belo curta-metragem, escrito e dirigido pelo jovem cineasta iraniano Syed Mohammad Reza Kheradmand, de apenas 20 anos.

A produção foi recentemente premiada no Festival do Cinema Africano de Luxor.

O curta se chama “Encontro das quintas-feiras” – e este título é revelador, mas quem não conhece a cultura iraniana precisará de uma breve explicação (nós o explicaremos ao final deste artigo, mas, antes de ler o último parágrafo, assista ao filme, embutido no texto da matéria).

Poderoso, o curta-metragem apresenta um casal de idosos que, dentro de um carro, se recita mutuamente um poema do persa Hafez, do século XIV. É muito arraigado no cotidiano da cultura persa o hábito de ler e recitar poesia, desde muito antes da tentativa de imposição de radicalismos xiitas pelo regime teocrático que tomou o poder no país a partir da revolução islâmica de 1979.

Quando o carro para no semáforo, os esposos percebem a intensa discussão de outro casal num carro ao lado, apesar da filhinha no banco de trás.

O gesto que o casal então realiza diz muito sobre o seu próprio casamento e sobre como pequenos detalhes que deveriam ser típicos do amor conjugal são capazes de ajudar a reconciliar.

Assista ao filme

Leia daqui em diante só depois de ter visto o filme acima

Reparou que, na última cena, a esposa anciã já não está dentro do carro?

O título do curta-metragem é suficiente para explicar tudo a um iraniano que conhece os costumes do próprio país. As quintas-feiras são o dia em que se costuma visitar o túmulo de entes queridos nos cemitérios. As flores que o marido idoso estava levando eram para a esposa já falecida. Ao longo do trajeto, a “presença” dela no carro era a bela lembrança do viúvo que estava indo levar-lhe flores ao cemitério, enquanto recordava um poema que retratava o amor com que o matrimônio havia sido vivido.

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A partir de matéria de Zoe Romanowsky para Aleteia em inglês

Fonte: Aleteia

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