Flávio Show – Funcionário dos Correios

Maceió, 28 de Julho de 2024

Que comecem os jogos!
Antes das disputas entre os atletas na tentativa de medalhas, as Olimpíadas já está no topo dos debates, não esportivos, mas políticos e porque não dizer também, religiosos. A abertura dos jogos reacendeu a pira do conservadorismo cristão. Aqui na terra “descobrida” pelos europeus canonizados em frente as fogueiras inquisitoriais e autores de enforcamentos e decapitações em praças públicas, os brazucas torceram o nariz para o início dos jogos por conta de algumas peças teatrais. Esses mesmos brazucas relativizam a escravidão e massacres em nome da religião, só pra constar.

Os franceses ousaram, se é que a palavra ousaram seria a melhor escolha. Os franceses polemizaram e a abertura das Olimpíadas se transformou num ringue de opiniões nas redes sociais ao ponto de muitos líderes cristãos de direita pedirem para seus seguidores o boicote aos jogos.
A maior polêmica se deu quando atores e artistas dividiram o palco sobre o rio Jordão, digo, rio Sena numa passarela com uma extensa mesa com diversos sentados, falo dos diversos da diversidade. Em tempo recorde a mesa enfeitada foi descrita pelos “cristãos” como uma imitação demoníaca do quadro de Leonardo Da Vinci, pintado entre os anos de 1494/1498 onde representaria a Última Ceia ou Santa Ceia, entre Jesus e seus apóstolos. Na mesa dos jogos aparece um homem pouco vestido, enfeitado de flores na cabeça, que para muitos seria Dionísio, deus da mitologia grega que se esbaldava em boas taças de vinho, levando muita alegria aos presentes na festa dos deuses, mas aqui no Brasil essa versão não foi aceita e para os “cristãos” amarelinhos os franceses blasfemaram contra Deus ou foi diante da arte de Leonardo? Fiquei na dúvida agora! Pelo sim e pelo não, se era Dionsio ou um atentado ao cristianismo, fico com as palavras do próprio Da Vinci ” Não há coisa que mais nos engane do que o nosso juízo.” (ponto)

Será que o pedido de boicote será realmente cumprido entre aqueles que insistem em não enxergar que a abertura dos jogos foi apenas uma quebra de paradigmas, um aceno mundial à diversidade e uma quebra do padrão defendido por tantos?
O que estamos vendo são parlamentares “cristãos conservadores” pedirem boicote e depois serem flagrados no próprio boicote. ” Boicote a Copa do Catar” Eduardo Bolsonaro jogou um bolão, curtiu bastante. “Boicote o show da Madona” Jorge Seif dançou até o chão. “Boicote a gula” Pastor Cláudio Duarte de boca cheia comendo carne com ouro. “Boicote as Universidades”, só tem vagabundas. Filhos do Pastor André Valadão na Universidade de Harvard.

Não tenho mais tempo pra comentar sobre o “cavaleiro do apocalipse” e nem da cabeça decapitada da Maria Antonieta e muito menos do traje dos atletas tupiniquins produzido pela Riachuelo que tem como dono Flavio Rocha, membro da igreja Sara Nossa Terra.
Sigamos os jogos e “ouremos”

Reflexões* Flávio Show 2024 , ano 04 – Edição 190

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