O procurador do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, pediu na segunda-feira um mandado de detenção para o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, o seu ministro de defesa Yoav Gallant e três líderes do Hamas, incluindo o dirigente Yahya Sinwa. As reações da comunidade internacional foram surgindo, nas horas seguintes, com mensagens de apoio de França e Espanha e críticas dos EUA e do Reino Unido. Já Israel considera a decisão do TPI “absurda” e rejeita “comparação nojenta” com o Hamas.
A França demonstrou esta madrugada apoio ao procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, que pediu mandados de captura contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ministro israelita da Defesa, Yoav Gallant, e ainda três líderes do grupo islamita palestiniano do Hamas: Yahya Sinwar, Ismail Haniyeh e Mohamed Deif.
“A França apoia o Tribunal Penal Internacional, a sua independência e a luta contra a impunidade em todas as situações”, disse o Ministério francês dos Negócios Estrangeiros, num comunicado, esta segunda-feira.
A diplomacia francesa recordou que, em primeiro lugar, “a França condenou a 7 de outubro os massacres antissemitas perpetrados pelo Hamas” em solo israelita, que vitimou mais de mil pessoas e fez cerca de 250 reféns. Acrescentando que “este grupo terrorista”, o Hamas, “reivindicou ataques bárbaros dirigidos contra civis, acompanhados de atos de tortura e violência sexual que ele próprio documentou, e inclusive difundiu e celebrou”.
No entanto, no que diz respeito a Israel, disse que caberá aos juízes do Tribunal Penal Internacional “decidir se emite esses mandados, depois de examinar as provas apresentadas pelo procurador”, mas relembra que “a França alerta há muitos meses sobre o imperativo do estrito cumprimento do Direito Humanitário Internacional e, em particular, sobre a natureza inaceitável das perdas civis na Faixa de Gaza e o insuficiente acesso humanitário”. A França defendeu que a única forma de “restaurar um horizonte de paz” é através de uma “solução política duradoura”.
A mesma posição defendida por Espanha, esta madrugada, que disse “reiterar o seu compromisso” com o Tribunal Penal Internacional e com “com a sua independência e imparcialidade”, num comunicado do ministério espanhol dos Negócios Estrangeiros.
“O seu trabalho crucial deve ser realizado livremente e sem interferência”, sublinhou a diplomacia espanhola, numa publicação na rede social X, esta madrugada.
Fonte: RTP Notícias