A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu para que Israel facilite a entrada de ajuda humanitária em Gaza

Nesta terça-feira (5), a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou sobre o colapso do estado nutricional da população na Faixa de Gaza e afirmou que pelo menos 15 crianças morreram nos últimos dias devido à falta de comida. “A desnutrição é particularmente extrema no norte de Gaza. O rápido e grave declínio da desnutrição em Gaza não tem precedentes a nível mundial, quando isso não era um problema. Gaza era autossuficiente quando se tratava de peixe, aves, ovos, vegetais e frutas”, pontuou Richard Peeperkorn, responsável da OMS para os territórios palestinos.

A OMS apelou mais uma vez a Israel que facilite o acesso à ajuda humanitária, assim como de combustível, sem o qual não pode ser gerada a eletricidade necessária para áreas críticas, sejam unidades de cuidados intensivos ou de enfermagem.

O chefe-adjunto do gabinete da OMS, Ahmed Dahir, disse que 10 crianças morreram recentemente no hospital Kamal Adwan, local que visitou no fim de semana.  A morte de outras cinco crianças devido à desnutrição e desidratação foi relatada em outros locais.

O hospital Kamal Adwan é a maior unidade hospitalar especializada em cuidados pediátricos, situada no norte de Gaza, zona mais devastada pela guerra e, apesar dos danos nas suas infraestruturas, da destruição de alguns dos seus edifícios, da escassez de material médico e da falta de combustível e eletricidade, voltou a funcionar muito precariamente. “Os pacientes e a equipe médica sobrevivem com uma refeição por dia”, contou Dahir.

O porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), James Elder, esclareceu que a desnutrição costuma deixar consequências para toda a vida, comprometendo o desenvolvimento do cérebro e dos principais órgãos da criança e expondo-a facilmente a qualquer infecção devido à falta de nutrientes proporcionados por uma alimentação variada. Em casos mais extremos, o déficit calórico pode levar à falência de órgãos vitais. Elder explicou que uma criança com menos de cinco anos de idade com desnutrição grave tem 11 vezes mais probabilidade de morrer desta causa do que de pneumonia, que é a doença mais letal na infância.

Catástrofe sanitária e humanitária

O Ministério da Saúde de Gaza informou que o exército israelita já matou 364 profissionais de saúde e prendeu 269 no local de trabalho. Segundo autoridades palestinas, as ofensivas contra as infraestruturas sanitárias provocaram a destruição de 155 edifícios de saúde e colocaram fora de serviço 32 hospitais e 53 centros médicos, além de 126 ataques a ambulâncias.

“A situação sanitária é absolutamente catastrófica e indescritível, e está a piorar cada vez mais devido à falta de assistência médica necessária. A ocupação israelita provocou deliberadamente uma catástrofe humanitária e sanitária incalculável e contribuiu para a propagação de epidemias e doenças infecciosas”, de acordo com um comunicado do ministério.

Fonte: Diário de Pernambuco

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