Depois de 2 anos debatendo sob a mediação das telas e monitores, professores(as) e orientadores(as) educacionais do Distrito Federal se encontraram presencialmente na manhã desta terça-feira, 22, em assembleia geral realizada no estacionamento da Funarte. Inicialmente prevista para a Praça do Buriti, a assembleia teve de mudar de local por conta da não autorização do GDF da presença de um carro de som na praça em frente à sede do governo.

O dia foi também de paralisação, que contou com ampla adesão da categoria: quase a totalidade das escolas pararam suas atividades nesta terça-feira.

Cerca de 8 mil educadores e educadoras estiveram presentes à assembleia, onde lamentaram as vidas perdidas para a pandemia da covid-19 e o descaso do Governo Federal. Em especial, lembraram os colegas que partiram vitimados pelo vírus, saudados por um minuto de silêncio e por diversos cartazes que exibiam seus nomes.

Pautas

A comissão de negociação do Sinpro apresentou informe da reunião acontecida na tarde desta segunda-feira, 21, com a Secretaria de Economia do GDF.

As perdas financeiras foram, mais uma vez, destacadas na conversa, uma vez que se acumulam sete anos de congelamento dos salários e do vale-alimentação. Ainda que o governo tenha se comprometido a cumprir a lei e pagar o reajuste devido à categoria desde 2015, o Sinpro ressaltou que a ação é insuficiente, e que o Plano Distrital de Educação (PDE), aprovado também em 2015, garante, na meta 17, a isonomia entre os salários de profissionais de Educação e demais carreiras de ensino superior.

Outro aspecto relevante é a necessidade, evidente no dia-a-dia das escolas, de concurso público para profissionais do magistério e da carreira assistência. A comissão de negociação apontou que é insustentável o quadro atual, em que cerca de 1/3 dos profissionais em exercício são contratados em regime temporário. Esse tipo de contratação cumpre papel importante também, entretanto, a contratação efetiva garante estabilidade para o trabalhador ou trabalhadora tanto quanto a continuidade do trabalho na escola, pilares da construção de uma educação de qualidade.

O início do ano letivo demonstrou com nitidez que se faz urgente a nomeação de novos monitores e monitoras, sob pena de aplicar um golpe fatal, principalmente, na educação inclusiva. Da mesma forma, os repasses do PDAF devem ser feitos de forma periódica e com valores pré-determinados, para que as escolas se organizem, em especial, no começo do ano.

Para defender a escola pública e a educação como direito da população, também são tarefas da categoria combater qualquer proposta privatista ou de transferência de recursos públicos para o setor privado, como o homeschooling. Combater, também, o sucateamento que será consequência da superlotação de turmas, da escassez de profissionais concursados, do novo ensino médio e do desmonte da EJA (Educação de Jovens e Adultos).

Encaminhamentos

Para fortalecer e encaminhar a luta referente a essas pautas, a assembleia geral aprovou a realização de assembleias regionais ao longo do mês de março (dias 10, 15, 17 e 22), culminando com uma nova assembleia geral com paralisação dia 24 de março.

Ao final da assembleia, professores(as) e orientadores(as) educacionais decidiram seguir em carreata com buzinaço para a frente do Palácio do Buriti.

Historicamente, o Sinpro-DF convoca a categoria para assembleia geral no início do ano letivo, para avaliar a retomada dos trabalhos e organizar as lutas do ano. Como o governador Ibaneis Rocha já demonstrou em outros momentos, conhecer o perfil de nossa categoria não é uma qualidade sua, portanto, seu estranhamento quanto à data da assembleia mais diz sobre ele que sobre professores(as) e orientadores(as) educacionais do DF – que, mais uma vez, demonstraram que estão dispostos a lutar pelas suas bandeiras.

Sendo assim, a categoria mostrou que está unida e forte, e agora é hora de manter essa mobilização. A diretoria do Sinpro reforça o convite para que todos e todas participem das assembleias regionais e construam a assembleia geral com paralisação do dia 24 de março. É muito importante, também, fortalecer o debate dentro das escolas e com a comunidade escolar. Afinal, a luta que vem pela frente é pelos nossos direitos e pela defesa da educação pública de qualidade.

Fonte: SINPRO-DF

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