Jovens ricos pagavam até R$ 80 mil para fraudar documentos e cursar medicina em faculdade. Instituição desconfiou dos históricos escolares apresentados e denunciou à polícia
A Polícia Civil prendeu 19 estudantes de medicinas sob a suspeita de apresentar históricos escolares falsos para transferência externa para a Universidade de Rio Verde, em Goiás. Dos 19, 17 foram detidos em Goianésia, um em Formosa e um em Barreiras, na Bahia.
Segundo o G1, a investigação aponta que alguns sequer estudaram medicina antes de pedir a transferência, e já entraram no quinto e sexto período do curso em Goiás.
Os estudantes pagavam até R$ 80 mil para fraudar documentos e conseguir cursar medicina em faculdade de Goiás. Um print de um grupo de mensagens mostra uma pessoa ainda não identificada dizendo que estava pagando R$ 60 mil pela falsificação de documentos para entrar de maneira irregular no curso.
O material ajudou na investigação que resultou na prisão de 19 estudantes que fraudaram a inscrição na Universidade de Rio Verde, no sudoeste de Goiás.
Quatro deles são da mesma família – uma mulher, os dois filhos e seu irmão. Além deles, entre os presos estão quatro casais. Os alunos estavam nos campus de Goianésia e Formosa. A polícia apreendeu também 80 históricos falsificados na operação.
Segundo a polícia, a investigação continuará, em busca de outros alunos que também teriam utilizado documentos falsos para matrícula na faculdade. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.
Durante as investigações, as faculdades que teoricamente teriam emitido os documentos confirmaram à polícia que se tratavam de históricos falsos.
A Universidade de Rio Verde (UniRV) informou que identificou evidências de fraude, e procurou pelas faculdades de origem, que confirmaram que a informação não procedia. A suspeita foi comunicada à Polícia Civil, que assumiu o caso.
O delegado Danilo Fabiano explicou que alguns dos presos estudavam no Paraguai e outros sequer tinham entrado em alguma universidade. Um vídeo mostra quando os estudantes são escoltados pela polícia até uma van e levados à delegacia.
“Parte desses alunos que estão sendo presos hoje temporariamente já estavam no internato, nos ambientes hospitalares, portanto prestando assistência médica assistida pelo médico professor. Mas de acordo com as provas levantadas não tendo eles cursado os períodos iniciais eles podem induzir um diagnóstico errado e consequentemente causar risco à saúde humana”, disse o delegado.
As investigações apontaram ainda que os alunos agiram em conluio, evidenciando também o crime de associação criminosa. Segundo o delegado, os próximos passos da investigação é descobrir o responsável ou responsáveis pelas falsificações.
Os estudantes serão expulsos, e responderão por falsidade ideológica, uso de documento falso, associação criminosa e perigo à vida de outras pessoas, além de ter que devolver o dinheiro pago ao Estado, já que conseguiram bolsas de estudos pagas pelos cofres públicos.
Fonte: Pragmatismo Político