Protestos intensos contra o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, juntou aproximadamente 100 mil pessoas nos últimos dois dias nas ruas de Jerusalém Ocidental. A Begin Boulevard, uma das principais vias da cidade, foi bloqueada por milhares de manifestantes e a polícia respondeu com canhões de água para tentar dispersar a multidão.
Foi uma das maiores manifestações que já ocorreram em Israel desde o início do conflito contra o Hamas. Os manifestantes exigiram a marcação imediata de eleições antecipadas, a destituição do primeiro-ministro e apelaram por um acordo para a libertação dos capturados pelo Hamas, que contou inclusive com a participação de diversos familiares dos reféns detidos na Faixa de Gaza.
Os manifestantes consideram, assim como muitos críticos de Netanyahu em outros países, que o governo é inimigo da democracia e tem uma coligação política que depende do apoio de partidos ultranacionalistas.
O protesto ainda teve a presença do líder da oposição israelense e antigo primeiro-ministro Yair Lapid, que, em frente ao Knesset (Parlamento), criticou o fato de o Governo estar, nesta altura, de férias. “Os reféns não podem fazer uma pausa, mas o governo pode?”, acusou Lapid, que, além disso, nas redes sociais escreveu que a única coisa importante para Netanyahu é se manter no poder.
Já o empresário de tecnologia Moshe Radman, um dos líderes dos mega protestos de 2023 contra a reforma do sistema judicial, também exigiu a marcação imediata de eleições para o Knesset. “Após o 7 de Outubro, com tantos mortos e feridos, tantos reféns e desaparecidos, parecia impossível que alguma vez chegássemos a este ponto: 100 mil pessoas, unidas, a exigir eleições já. Mas aqui estamos nós”, afirmou Radman em declarações ao jornal israelita Haaretz, que questionou ainda: “Lhe faço Netanyahu uma pergunta simples: de que é que tem tanto medo? Se tem tanta certeza de que todos o apoiam, vamos votar. Ganharia facilmente, não? Vamos lá. Eleições.”
Netanyahu alegou que a ida às urnas iria paralisar o país e as negociações para libertar os reféns. “A realização de eleições no auge da guerra, quando estamos tão perto da vitória, paralisaria o país durante meses. Isso acabaria com a guerra antes dos objetivos serem alcançados. O Hamas seria o primeiro a festejar as eleições”, argumentou, acrescentando que defende a estratégia de pressão militar e negociações.
Fonte: Diário de Pernambuco