Durante um depoimento ao Ministério Público do Trabalho (MPT), alguns dos 207 trabalhadores resgatados do trabalho escravo nas vinícolas Salton, Aurora e Garibaldi, relataram que policiais militares estavam atuando como cúmplices das empresas. Os agentes espancavam e ameaçavam de morte os operários que não não se submetiam às situações degradantes em que viviam.

De acordo com os trabalhadores, os policiais possuíam um “contrato” com o proprietário do alojamento e eram chamados para fazer a parte “violenta”. Os agentes reprimiam e atacavam aqueles que reclamavam ou interviam, de maneira agressiva, em confusões internas.

“Fui agredido com uma cadeira de ferro e ameaçado de morte”, relatou um dos trabalhadores no depoimento. Um dos responsáveis por cuidar dos trabalhadores, que era conhecido como “sargento”, teria dito que “quem reclamasse ou filmasse as condições da pousada seria morto”. Os funcionários falam sobre possíveis mortes.

Os trabalhadores relataram que eles teriam sido contratados com a promessa de receber um salário de R$ 3 mil líquido por 10 horas de trabalho por dia, com folgas aos finais de semana, além de serem alocados em alojamentos com banho quente, o que não aconteceu. A realidade foi muito diferente.

O salário para os funcionários nunca foi pago e eles ainda precisavam pagar quando utilizavam talheres, utensílios de higiene pessoal e, até mesmo, água. Além disso, trabalhavam 12 horas por dia e, quando podiam, tomavam banhos frios. Os crimes e denúncias continuam sendo investigados pela Corregedoria da Brigada Militar, a PM do Rio Grande do Sul (RS), e a Polícia Federal (PF).

Fonte: DCM

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