No dia 5 de abril a Toyota anunciou que irá fechar sua fábrica em São Bernardo do Campo. No dia seguinte, mais de 500 trabalhadores se reuniram na entrada da fábrica em assembleia. Ficou claro que a saída proposta pela empresa é uma enrascada. No anúncio de fechamento a Toyota afirmou que “oferecia a oportunidade” para os trabalhadores serem transferidos para suas outras fábricas no interior do estado. Um diretor do sindicato afirmou: “Esse negócio de transferir trabalhador para outra fábrica no interior, esquece isso. Veja o histórico disso aí em outras fábricas.”
A disposição de luta dos metalúrgicos da Toyota ficou demonstrada quando decidiram por unanimidade paralisar a fábrica e votaram com entusiasmo um aviso de greve. Mas a direção da Toyota tem se mostrado inflexível. No dia seguinte a paralisação continuou e os trabalhadores fizeram uma passeata da sede do sindicato até a praça da Matriz.
A empresa entrou na justiça contra a greve e em assembleia dia 11, o sindicato comunicou os trabalhadores que no julgamento realizado no TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região) se determinou a abertura de mesa de negociação “com o objetivo de discutir a viabilidade da planta em São Bernardo” e votou o retorno ao trabalho. Só o prosseguimento da luta pode abrir um caminho diferente para a fábrica da Toyota, não repetindo o destino da Ford, fechada em 2019 e depois demolida.
Fonte: O Trabalho