Durante protesto em União dos Palmares, lideranças denunciaram ameaças feitas aos acampados nas terras do Grupo João Lyra
Nesta quarta-feira (24) os movimentos de luta pela terra de Alagoas realizaram mais uma ação em defesa das terras do Grupo João Lyra para fins de Reforma Agrária.
A marcha que saiu de União dos Palmares até Branquinha, reafirmou a disposição dos camponeses e camponesas acampados há mais de 10 anos que aguardam o cumprimento do acordo com o Governo do Estado para efetivar o assentamento das famílias que vivem na região.
Segundo Marron, um dos coordenadores, o movimento conseguiu marcar uma reunião com o Incra nacional para a manhã da próxima segunda-feira, e espera resultados. Até lá, ele relata um clima de tensão e ameaças.
“O que tem desde terça-feira passando por lá, ameaçando, é muita polícia. Tinha em torno de umas cinco viaturas de polícia. Acompanharam a nossa caminhada”, relatou Marrom.
“Estamos nos sentindo ameaçados, até Porque as ordens de despejo continuam. Essa reunião de segunda é para pressionar o Incra a resolver a situação, e o clima está tenso. Tenso porque a família Lyra continua ameaçando que vai retirar as famílias, nós estamos dando um recado que não vai sair, a parte do movimento, o Estado e a União tem que cumprir, então o clima está tenso. Pode haver sim conflito na Laginha, e na Guaxuma, aqui em Alagoas”.
Debora Nunes, coordenadora nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), alega que a busca deles é para garantir terra para quem nela vive e produz.
“A luta no campo é também pela soberania alimentar, pela reforma agrária popular e pela justiça social. Não aceitaremos que a ganância de poucos destrua o sonho e o trabalho de tantas famílias que fazem da terra um espaço de vida e produção. Seguiremos mobilizados, denunciando as injustiças e exigindo do governo estadual e federal que assumam sua responsabilidade diante dessa realidade, garantindo terra para quem nela vive e produz”, disse ela.
A mobilização foi construída de forma unificada pelos movimentos de luta pela terra: FNL, CPT, MST, MLST, MTL, MPL, TL e MVT, e contou com presença e apoio de dirigentes da CUT, sindicatos, movimentos de mulheres e do PT.
A marcha encerrou com um mutirão de plantio, em uma demonstração do papel dos trabalhadores e trabalhadoras rurais na produção de alimentos e preservação dos bens da natureza.
Fonte: Tribuna Hoje e Ascom/MST