Hipótese é apenas uma das linhas investigadas pela polícia. Vizinhos do estande mostraram à equipe da emissora que balas acertavam lotes rurais e residenciais da região, e exigiam suspensão do estabelecimento
O repórter Gabriel Luiz, editor do DFTV da TV Globo de Brasília, que foi esfaqueado por dois homens no fim da noite de quinta-feira (14) na porta do prédio onde mora, na capital federal, fez uma matéria na última segunda-feira (11) denunciando o funcionamento perigoso de um clube de tiro em Brazlândia, uma região administrativa do Distrito Federal. A Polícia Civil do DF investiga várias linhas como motivação para o crime e, conforme apurado pela reportagem da Fórum, essa é uma delas.
Inaugurado recentemente, o estande de tiro fica às margens da BR-251 e tem deixado moradores da vizinhança desesperados, já que as balas saem do que deveria ser um perímetro de segurança, atingindo lotes residenciais e rurais nos arredores. A população local mostrou dezenas de projéteis de revólveres, pistolas e fuzis, assim como os furos em paredes e árvores dos imóveis.
Um homem que vive num lote vizinho diz na reportagem dirigida por Gabriel que “não vai perder sua vida porque esse pessoal fica aí”, enquanto outro contou a estratégia que usa quando os projéteis cruzam as cabeças de trabalhadores de uma roça instalada atrás do clube. “A gente vê as balas zuando aí e aí só abaixa”, disse o agricultor na matéria.
Gabriel mostra ainda que o fundo do lugar onde ficam colocados os alvos é protegido apenas por um barranco baixo e uma camada de pneus na parte superior, o que não é o suficiente para evitar que as balas atinjam os vizinhos.
Num determinado trecho da reportagem, funcionários do clube de tiro aparecem para discutir com os moradores que davam depoimento à equipa da TV Globo, e Gabriel está presente. Um dos habitantes dos sítios vizinhos chega a perguntar para um dos atiradores “se ele está o ameaçando”.
Fonte: Revista Fórum