Centenas de professores da cidade de Estância Velha protagonizaram, nesta quinta-feira (7), mais um capítulo na resistência contra medidas que ameaçam seus direitos. Reunindo mais de 200 profissionais na praça Primeiro de Maio, a categoria protestou contra um projeto do executivo municipal que atinge diretamente o plano de carreira, buscando evitar que o mesmo seja encaminhado à Câmara Municipal.
Além da oposição ao projeto de lei que visa retirar benefícios e salários, os professores reivindicam o pagamento do piso da categoria. A paralisação contou com cerca de 80% da categoria e diminuiu as atividades nas 26 escolas da cidade, marcando uma posição clara contra as medidas adotadas pela prefeitura e suas investidas contra o sindicato dos Municipiários de Estância Velha (SIMEV) e a Associação dos Professores (ASP).
O prefeito Diego Francisco (PSDB), que já vinha hostilizando o sindicato, agora voltou sua atenção para a ASP, ameaçando cortar o ponto dos professores que aderirem à greve.
O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, presente no ato, assegurou o apoio da Central Única na defesa da carreira dos professores, destacando a importância de manter serviços públicos de qualidade em um momento crucial para a sociedade.
“Destruir serviço público e acabar com a carreira dos professores é o que não precisamos agora, em um momento em que toda a sociedade precisa de uma escola pública de qualidade. Por isso estamos aqui lutando! Queremos serviços públicos de qualidade para todas as pessoas do nosso estado”, afirmou Amarildo.
A presidente do SIMEV, Rosane Nascimento alerta que a alteração no plano de carreira vai destruir a educação da cidade, precarizando ainda mais a situação das escolas. “A categoria rejeita esse projeto, e como resposta a prefeitura tenta silenciar e ataca o sindicato.
A presidente da Associação dos Professores, Michele Cardoso, denunciou a tentativa de deslegitimar o sindicato e os ataques que a ASP está sofrendo. Após recusa de participar das negociações sem a presença do sindicato, a entidade enfrenta multa diária de R$100 mil.
“É uma tentativa de deslegitimar o sindicato, o que nós não concordamos, e agora os ataques voltaram direcionadas pra nós”, denuncia Michele.
A professora Vanessa Klauck, que vive na cidade há 15 anos, ressaltou a ameaça à atração de talentos para o município, alertando que a destruição do plano de carreira pode esvaziar as escolas. “O que a administração propõe é destruir o plano de carreira. Então, se a gente não tem uma remuneração atrativa, nenhum professor vai querer lecionar aqui, o que vai acabar esvaziando as escolas”.
“Remédio Amargo” aos professores
O prefeito Diego busca aprovar um controverso projeto de lei na Câmara de Vereadores, prejudicando significativamente o plano de carreira dos professores. Ações antissindicais, como a restrição de licenças e impedimento de descontos sindicais, são adotadas para silenciar servidores. A categoria, em assembleia, rejeitou as propostas do prefeito por unanimidade, exigindo a revogação do decreto antissindical para retomar as negociações.
CUT orienta sindicatos para que enviem moções
O prefeito Diego, ao criticar a participação de entidades como a CUT e o CPERS nos eventos, tenta desqualificar a mobilização, evidenciando seu temor de que as ações ultrapassem os limites municipais. Em resposta aos ataques, a CUT-RS e diversas entidades nacionais enviaram uma moção ao prefeito, repudiando as medidas antissindicais e expressando solidariedade aos professores.
A CUT-RS orienta sindicatos e federações a manifestarem apoio e encaminharem moções ao gabinete do prefeito, exigindo a reversão das ações que prejudicam a educação e os direitos dos trabalhadores.
Fonte: CUT RS