Enquanto faltam hospitais, creches, moradias e transporte de qualidade em Maceió, a prefeitura deixa uma dívida de R$ 1,79 bilhão aos cofres públicos dos maceioenses

A Prefeitura de Maceió firmou uma Parceria Público-Privada (PPP) para reformar e manter, por 30 anos, três prédios antigos no centro da cidade, ao custo de R$ 1,79 bilhão.

Trata-se da Concorrência Pública nº 01/2025, na modalidade Concessão Administrativa, voltada à reforma, revitalização, operação, gestão e manutenção do Complexo Administrativo da Prefeitura de Maceió. O processo é conduzido pela Agência Municipal de Regulação de Serviços Delegados.

Isso mesmo: R$ 1,79 bilhão para reformar três prédios — Palmares, Ary Pitombo e Iapetec — que foram comprados pela própria Prefeitura, em 2023, por apenas R$ 10,07 milhões.

O portal 082 Notícias fez um levantamento para mostrar o que poderia ser feito com esse mesmo valor em outras áreas prioritárias para a população. Os dados são impressionantes:

O que daria para fazer com R$ 1,79 bilhão?

  1. Construir 6 hospitais gerais, no padrão do Hospital da Cidade, que custou R$ 266 milhões cada;
  2. Construir 35 hospitais da mulher, com custo médio de R$ 50 milhões por unidade;
  3. Implantar 358 creches no modelo CRIA, ao custo médio de R$ 5 milhões cada;
  4. Construir 12 conjuntos habitacionais populares, como o Parque da Lagoa (R$ 138 milhões cada), com capacidade para entregar 7.782 apartamentos;
  5. Construir 2 aeroportos no padrão do Aeroporto Zumbi dos Palmares, com valores atualizados para 2025 (R$ 734 milhões cada);
  6. Implantar 71 quilômetros de corredores exclusivos de BRT, no padrão da cidade de Salvador (R$ 25 milhões por quilômetro);
  7. Construir 23 quilômetros de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) de alto padrão, interligando o Aeroporto ao Centro de Maceió (custo médio entre R$ 70 e R$ 80 milhões por quilômetro).

Maceió precisa de planejamento administrativo, mas, também, de prioridades claras e justas para o maceioense. Melhorar a gestão pública é necessário, mas investir R$ 1,79 bilhão em apenas três prédios administrativos é uma decisão que ignora as carências reais da cidade em saúde, educação, habitação e mobilidade.

Estamos falando de dinheiro público. Dinheiro que pertence ao povo maceioense e que poderia transformar a vida de milhares de famílias de nossa capital.

A Constituição exige eficiência e economicidade na administração pública. Quando esses princípios são relativizados, as demais instituições devem agir urgentemente.

A democracia começa com transparência total — e termina quando o povo é condenado a pagar, por 30 anos, uma conta bilionária sem ter sido consultado de forma adequada. Os maceioenses pagarão o preço dessa decisão da gestão JHC por três décadas.

Se você fosse o prefeito, como investiria R$ 1,79 bilhão em Maceió?

Fonte: 082 Notícias

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