Anúncio do primeiro-ministro Luís Montenegro marca adesão a bloco de países que defendem a soberania palestina diante do agravamento da crise em Gaza

O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, anunciou nesta quinta-feira (31) que o país reconhecerá oficialmente o Estado da Palestina durante a próxima sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, marcada para setembro. A decisão foi confirmada em comunicado oficial do gabinete do premiê, informa a Telesur.

Segundo a nota, o reconhecimento ocorre “em resposta ao agravamento do conflito” e ao “risco iminente de anexação de territórios palestinos por Israel”. Portugal junta-se, assim, a um grupo crescente de países que inclui Canadá, Reino Unido e França no apoio à soberania e autodeterminação do povo palestino.

O governo português expressou “profunda preocupação com o impacto humanitário da escalada do conflito” e condenou os sinais cada vez mais explícitos de tentativa de anexação de áreas palestinas, especialmente na Cisjordânia. O posicionamento ocorre em meio a uma crise prolongada na Faixa de Gaza, onde mais de 60 mil palestinos — a maioria mulheres e crianças — foram mortos desde o início da nova ofensiva israelense.

A decisão portuguesa foi bem recebida por diversos países da comunidade internacional. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores da Jordânia saudou o gesto de Lisboa. O porta-voz da chancelaria, Sufyan Al-Qudah, afirmou que se trata de “um passo significativo em direção ao direito inalienável do povo palestino a um Estado independente”.

Al-Qudah reforçou que o reconhecimento português está em consonância com o direito internacional e com a Iniciativa Árabe de Paz, que propõe a criação de um Estado palestino dentro das fronteiras anteriores a 1967, com Jerusalém Oriental como capital. “A Jordânia reafirma seu firme compromisso com a causa palestina e com os esforços para acabar com a ocupação israelense, como único caminho para garantir a autodeterminação do povo palestino”, declarou.

A medida de Portugal reflete o crescente apelo global por justiça e uma solução política para o conflito, à medida que a pressão sobre Israel aumenta diante das consequências humanitárias devastadoras do cerco e das operações militares em Gaza. Com isso, Lisboa se soma a uma onda de governos que estão formalizando seu apoio ao reconhecimento da Palestina como Estado soberano no cenário multilateral.

O gesto português ocorre também em um contexto de reavaliação das posições diplomáticas de vários países europeus diante da persistência da violência e da impunidade nos territórios ocupados. Especialistas em relações internacionais consideram que o movimento pode catalisar novas adesões em setembro, durante os debates da Assembleia Geral da ONU.

A decisão ainda deverá ser detalhada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, que tem conduzido diálogos diplomáticos com representantes árabes e palestinos nas últimas semanas. A expectativa é de que o anúncio formal ocorra com um discurso do próprio primeiro-ministro durante a sessão da ONU.

Fonte: Brasil 247

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