Pelo menos três movimentos de trabalhadores rurais participam da ocupação da sede do instituto
Cerca de 1.000 trabalhadores rurais sem-terra, do campo e da cidade, vindos de vários municípios de Alagoas, ocuparam, na manhã de ontem, a sede da Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Centro de Maceió.
Segundo o coordenador da Frente Nacional de Luta (FNL), Marcos Antônio da Silva, a ocupação é pacífica e por tempo indeterminado, dependendo do comando nacional de luta e do atendimento às reivindicações do movimento.
Com faixas e bandeiras, famílias de sem-terra acompanharam no calçadão da Rua do Livramento, em tendas improvisadas, na frente da sede do Incra. Os integrantes do movimento pretendem pernoitar e permanecer na capital alagoana até o final de desta semana, participando de várias manifestações na cidade.
“Estamos acompanhando, aqui em Alagoas, uma manifestação nacional em defesa da reforma agrária, contra a violência no campo e por mais mais recursos para a agricultura familiar”, afirmou Marcos Antônio, mais conhecido como Marrom.
Ele disse que pelo menos três movimentos de sem-terra participam da ocupação à sede do Incra e estão acampados em tendas, no Centro da cidade: FNL, MSL [Movimento Social de Luta] e MPL [Movimento Popular de Luta].
“O intuito dessa mobilização é cobrar do governo federal o compromisso com a reforma agrária no estado e em todo País, pois mesmo com dois anos de governo Lula, Alagoas continua com a mesma gestão do governo Bolsonaro na frente do Incra, onde não se avança nada voltado para reforma agrária nem agricultura familiar”, explicou Marrom.
Segundo ele, essa grande mobilização acontece em todo Brasil, é uma ação coordenada pela FNL nacional. “Cobramos também a desapropriação das terras da usina Guaxuma e Laginha, em Coruripe, União dos Palmares, Branquinha e outras regiões”, acrescentou.
CASO LAGINHA
Entre as reivindicações estão também as negociações em torno da regularização das terras da antiga Usina Laginha, que pertenciam ao Grupo João Lyra e hoje fazem parte da massa falida, em tramitação no Tribunal de Justiça de Alagoas.
“Por isso, realizamos também um ato público na Praça Deodoro, na frente da sede do TJ/AL, para cobrar agilidade da Justiça alagoana, nas negociações de regularização fundiária das terras da Laginha, que se arrastam há cerca de 10 anos”, relatou Marrom.
Na opinião dele, a distribuição de terras está paralisada em Alagoas, bem como nos demais Estados da Federação, desde o governo anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Precisamos que o governo do presidente Lula reassuma o compromisso com a reforma agrária”, destacou.
Fonte: Tribuna Hoje