A operação foi desencadeada após a fuga de dois internos, que abordaram policiais em patrulha e denunciaram condições desumanas e maus-tratos.

Em uma operação realizada no último domingo (22) pela equipe da Operação Segurança Presente, 42 homens foram resgatados de um centro de reabilitação clandestino, conhecido como Projeto Decav, localizado em um sítio em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. A operação foi desencadeada após a fuga de dois internos, que abordaram policiais em patrulha e denunciaram condições desumanas e maus-tratos.

O major Fagner Souza, coordenador da operação, revelou que os policiais foram até o local e confirmaram a veracidade das denúncias. “Os policiais foram recebidos pelo responsável pelo centro, que se intitulava pastor Omar Bernardo da Costa, e constataram o cenário insalubre no local. Confirmou-se a denúncia de maus-tratos. A situação era deplorável”, afirmou o militar.

Durante a inspeção, as autoridades constataram que o local não possuía condições adequadas para a reabilitação de dependentes químicos, com falta de profissionais capacitados e instalações insalubres. Os internos relataram receber pouca alimentação e de má qualidade, além de serem submetidos a castigos corporais, como surras, e interrupções frequentes do sono para orar.https://d-42560673931781477944.ampproject.net/2406131415000/frame.html

Os homens eram obrigados a trabalhar sem remuneração em condições análogas à escravidão, sob a vigilância de três homens que atuavam como vigias, encarregados de manter a ordem e aplicar penas corporais.

Desmantelamento e Prisões

O Projeto Decav não possuía autorização para funcionar como instituição de atendimento a dependentes químicos. Após a inspeção, o local foi interditado e o pastor Omar Bernardo da Costa, junto com os três vigias, foram encaminhados à 52ª Delegacia Policial (DP) e detidos pelo crime de cárcere privado.

A Delegacia de Assistência Social da Prefeitura de Nova Iguaçu foi acionada para prestar suporte aos internos, que foram levados a abrigos da prefeitura para tratamento adequado, e alguns retornaram para suas famílias. O caso agora está sob a responsabilidade do Ministério Público.

Denúncia e Resgate

A descoberta do centro clandestino aconteceu após dois internos conseguirem escapar e relatar às autoridades as condições desumanas e o trabalho forçado a que eram submetidos. Eles também denunciaram que eram seguidos pelo suposto presidente do projeto, que dirigia um Hyundai Vera Cruz e costumava andar armado.

No local, os policiais encontraram dezenas de homens em condições sub-humanas e ouviram relatos de maus-tratos e exploração de trabalho. Além das punições físicas, como tapas na cara, os internos eram obrigados a orar durante a noite em intervalos de 40 minutos.

Repercussão e Ação Social

Com a ação, 36 pessoas foram resgatadas e encaminhadas para um abrigo pela Secretaria Municipal de Assistência Social de Nova Iguaçu, enquanto outras seis optaram por não ir para o abrigo. Rádios comunicadores e cadernos de anotações foram apreendidos pelas autoridades durante a operação.

A Operação Segurança Presente destacou a importância das denúncias e do trabalho conjunto entre as forças de segurança e os serviços sociais para combater violações dos direitos humanos e oferecer assistência adequada às vítimas.

Fonte: Revista Fórum

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