Corregedoria da PM finaliza inquérito e prisão de 17 policiais é mantida

Conclusão da investigação do envolvimento de agentes na execução do empresário foi encaminhada ao Tribunal de Justiça Militar, onde caso deverá ser analisado

A Corregedoria da Polícia Militar encerrou nesta semana o inquérito que investigava a participação de agentes na morte do empresário Vinicius Gritzbach, delator do PCC morto a tiros em outubro do ano passado no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), a análise do caso foi concluída e encaminhada ao Tribunal de Justiça Militar (TJM), que deverá julgar os envolvidos. Como resultado, informou a pasta, 17 PMs permanecem presos.

Segundo informações da TV Globo, entre os agentes citados no relatório final, 12 foram indiciados por organização criminosa e um por falsidade ideológica e prevaricação. Já os três policiais acusados de envolvimento direto na execução do empresário podem responder por organização para a prática de violência.

No mês passado, o Ministério Público de São Paulo também denunciou seis pessoas, entre eles policiais militares e civis, pelo envolvimento na morte do delator. A Promotoria não considera, entretanto, o caso encerrado.

Os denunciados pelo MP pelas mortes foram Emílio Carlos Gongorra Castilho, conhecido como Bill ou Cigarreira, apontado como mandante, e seu amigo, Diego dos Santos Amaral, o Didi — ambos foragidos. Também são acusados os PMs Dênis Antônio Martins e Ruan Silva Rodrigues, apontados como executores, além do agente Fernando Genauro, que dirigia o veículo usado na execução. Por fim, Kauê do Amaral Coelho, que teria informado o grupo sobre a chegada do empresário ao aeroporto, também foragido.

Relembre o caso

Delator de esquemas que envolviam policiais civis e militares e o PCC, Gritzbach, antes de virar as costas para a facção, fazia parte de uma rede complexa de figuras que integravam o alto escalão do crime organizado. No acordo firmado pelo empresário com o MP, ao qual O GLOBO teve acesso, ele chegou a afirmar que intermediou a compra de imóveis por membros da organização criminosa e indicou “laranjas” para as escrituras.

Ele dizia ter informações a respeito de três nomes do grupo. O primeiro é Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, que foi um antigo parceiro de negócios de Gritzbach no setor imobiliário e de criptomoedas e foi morto a tiros no Tatuapé em 2021, supostamente a mando do empresário. Na ocasião, também morreu Antonio Corona Neto, o Sem Sangue, que era motorista de Cara Preta.

A execução de Gritzbach, no entanto, teria sido encomendada por Cigarreira, apontado como um dos principais traficantes do PCC no estado, com entrada com chefes de facções cariocas, como Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP). Ele pertencia ao núcleo de Cara Preta e foi apontado como um dos responsáveis pelo sequestro do corretor de imóveis em 2022, descrito em sua delação.

Investigadores acreditam, no entanto, que depois da execução do corretor de imóveis no ano passado, ele teria fugido para a Vila Cruzeiro, em região dominada pelo tráfico no Rio de Janeiro.

Fonte: O Globo

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