Retomada dos ataques após alguns dias de trégua intensificará a crise de fome na Faixa de Gaza, diz a ONU. A situação nos hospitais locais é crítica e doenças estão se espalhando

A situação na Faixa de Gaza é descrita pela ONU como “apocalíptica”, com milhares de pessoas obrigadas a dormir nas ruas e o iminente colapso da ordem pública, informa Jamil Chade, do UOL. Desde o início da violência entre o Hamas e Israel, há dois meses, mais de 16,2 mil pessoas perderam a vida, e 1,9 milhão foram deslocadas, com mulheres e crianças representando mais de 60% das vítimas.

Em 7 de outubro, um ataque do Hamas contra Israel desencadeou uma instabilidade sem precedentes no Oriente Médio, com Israel lançando uma ofensiva sobre Gaza com a intenção declarada de “aniquilar” o Hamas. No entanto, relatores da ONU alertam para o que chamam de “risco de genocídio”.

Mesmo com uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, o avanço israelense, apoiado explicitamente pelos EUA, não foi contido. O Hamas também ignorou apelos internacionais para liberar reféns, embora uma negociação tenha resultado na libertação de cerca de cem deles.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou o perigo iminente de um colapso da ordem pública em Gaza, com pilhagens, desespero e a interrupção de serviços. O informe mais recente da ONU indica que, após alguns dias de trégua, Israel reiniciou sua ofensiva, avançando sobre todas as regiões de Gaza, inclusive áreas designadas como zonas de segurança.

O Programa Mundial de Alimentação alertou que a retomada das hostilidades intensificará a crise de fome em Gaza, tornando a distribuição de ajuda quase impossível e colocando em risco a vida dos trabalhadores humanitários. A superlotação nos abrigos da ONU resultou no aumento de doenças e condições transmissíveis, com relatos de surtos de doenças, incluindo potencialmente a hepatite A.

A situação nos hospitais é crítica, com apenas 14 dos 36 hospitais em funcionamento, oferecendo serviços limitados. Doenças e condições relacionadas à falta de higiene estão se propagando, e houve 212 ataques a serviços de saúde, afetando 56 instalações e 59 ambulâncias até 6 de dezembro, conforme documentado pela OMS.

Fonte: Brasil 247

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