Uma guarnição da Polícia Militar de Alagoas sem mandado judicial e encapuzada, invadiu na noite de quarta-feira (04), a acampamento Tereza de Benguela, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) em Maceió, no bairro do Village Campestre.

A ação da guarnição da PM tem se repetido de forma sistemática contra os acampamentos de trabalhadores sem tetos da capital, o que caracteriza segundo os movimentos sociais, numa forma de perseguição e criminalização da luta por moradia.

A violência da PM contra o movimento, provocou a solidariedade de diversas entidades, entre elas, a Central Única dos Trabalhadores, que conforme seu presidente em Alagoas, Luciano Santos, “fomos juntos ao Delegado Geral da Polícia Civil, cobrar das autoridades explicações e as devidas responsabilidades.”

Os Movimentos de luta pela terra em Alagoas divulgaram uma nota de protesto diante do ocorrido:

Nota de repúdio e solidariedade

Os Movimentos de luta pela terra em Alagoas vêm a público manifestar total repúdio a ação arbitrária da Polícia Militar do Estado que, na noite de quarta-feira (04), invadiu a Ocupação Tereza de Benguela, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) em Maceió, no bairro do Village Campestre.

De acordo com relato dos trabalhadores que vivem na ocupação, a Polícia chegou ao local intimidando as famílias e até invadindo barracos, sem mandado judicial, com a justificativa de que estavam procurando drogas no acampamento.

Essa não é a primeira vez que a ação arbitrária por parte da Polícia Militar ocorre no território com a tentativa nítida de criminalizar a organização de luta por moradia na capital alagoana.

Reiteramos nosso total apoio e solidariedade à Ocupação Tereza de Benguela e toda a manifestação organizada dos trabalhadores e trabalhadoras na luta pelo direito à moradia.

Os lutadores e lutadoras da Reforma Agrária somam-se ao conjunto de organizações populares de Alagoas que fortalecem a denúncia do Movimento Sem Teto, ampliando nossa insatisfação com a política de segurança pública no estado que tem sempre a força voltada para o povo pobre e periférico.

Exigimos também que o Governo do Estado tome as devidas providencias sobre o ocorrido na ocupação e possa assegurar a segurança dos homens, mulheres e crianças que vivem no local.

Todo nosso apoio à Ocupação Tereza de Benguela e ao MTST!

Alagoas, 5 de outubro de 2023

Comissão Pastoral da Terra – CPT
Frente Nacional de Lutas – FNL
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
Movimento de Libertação dos Sem Terra – MLST
Movimento Terra, Trabalho e Liberdade – MTL
Movimento de Luta pela Terra – MLT 
Movimento Terra Livre

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