Moradores dos bairros atingidos pelo crime ambiental urbano do mundo, se manifestaram hoje, 06/12, contra a Braskem. O ato recebeu apoio de delegações de diversos movimentos sociais de Alagoas.

Os manifestantes se concentraram logo cedo em frente ao Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (CEPA), complexo escolar que também é atingido pelas ações da petroquímica, para chamar atenção para a situação de vulnerabilidade em que foram colocados.

“Moro na Marquês de Abrantes, no bairro de Bebedouro. Fui nascida e criada lá. A gente vive um caos apavorado, sem saber o que fazer, porque a gente não quer sair das nossas casas para ir para colégio. O que nós queremos, a nossa luta, é que a Braskem pague pelo crime que ela cometeu aqui em Maceió, junto com os outros responsáveis”, desabafou Rosilene Avelino, vítima da Braskem.

Os moradores querem a punição da Braskem e denunciam os acordos que a empresa que impor aos atingidos. “A Braskem não pode tratar um processo indenizatório com um processo de compra e venda. As áreas que foram realocadas da Braskem, Pinheiro, Bom Parto, Mutange e Bebedouro, não podem de forma alguma ser destinadas à Braskem. Essas áreas pertencem ao povo que nelas residia”, afirma Maurício Sarmento, do movimento dos atingidos, “Isso não pode ser um bom negócio com o crime que ela cometeu.”

A manifestação passou por órgãos públicos estaduais ao longo do percurso, para os quais entregou uma carta com reivindicações. No total, o movimento passou pelas seguintes instituições: Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas (TJAL), Ministério Público do Estado de Alagoas (MPEAL), Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL) e Palácio Floriano Peixoto, residência oficial do governador Paulo Dantas (MDB).

No documento, os atingidos pedem pelo reconhecimento da centralidade do sofrimento das vítimas, pela participação das vítimas e de seus representantes na solução dos problemas em todas as instâncias em que o assunto seja abordado, por indenizações justas para todos e pela total responsabilização da Braskem pela continuação do desastre socioambiental de Maceió.

Além dessas e outras reivindicações, os atingidos também pedem a revisão dos acordos estabelecidos entre a Braskem, a Prefeitura de Maceió e órgãos estaduais e federais. O documento é assinado por 24 entidades, como o MUVB, o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Redação com Brasil de Fato

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