Grupos leias a Bashar al-Assad e as forças de segurança estão em guerra; civis são maioria das vítimas

O número de mortos no massacre ocorrido em resposta aos ataques de grupos leais ao presidente deposto Bashar al-Assad contra forças de segurança do novo governo de Damasco na costa mediterrânea da Síria subiu para 1.311, incluindo 830 civis, na pior onda de violência em anos no país, informou neste domingo a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

– O número total de mortos e mártires, tanto civis quanto militares, aumentou para 1.311 durante a operação de segurança que ocorreu em resposta aos ataques de militantes alauítas às forças de segurança nesta quinta-feira (6) – disse a organização em um comunicado.

A ONG, sediada no Reino Unido, mas com uma ampla rede de colaboradores no local — e que em declarações anteriores havia especificado que a maioria das vítimas civis havia sido sumariamente executada ou assassinada a sangue frio — detalhou o número total de mortos em 830 civis, 231 membros das forças de segurança, bem como 250 militantes leais ao antigo regime.

O OSDH fez um apelo “urgente” às ​​autoridades sírias em Damasco para “responsabilizar o pessoal de segurança e defesa envolvido nas execuções no local” contra a minoria alauíta, um ramo do islamismo xiita ao qual o ex-presidente Assad pertence e que foi privilegiado durante seu regime.

A nota diz que “a impunidade incentiva a repetição de crimes no futuro, o que ameaça a estabilidade política e social na Síria após a queda de Assad”.

A grande maioria dos civis foi morta nas províncias costeiras de Latakia (519) e Tartus (220) como resultado do que a ONG chamou de “operação de liquidação”, que incluiu civis não alauitas.

– As forças de segurança, pessoal do Ministério da Defesa e suas forças aliadas cometeram crimes de guerra e violações de direitos humanos, na ausência de quaisquer medidas legais dissuasivas. Esses crimes ocorreram no contexto de operações de vingança generalizadas contra membros da seita alauíta, em meio a assassinatos em massa, incêndios de casas e deslocamentos forçados em andamento, na ausência de qualquer intervenção internacional para impedir esses massacres – disse o Observatório.

Até agora, o novo governo sírio não reconheceu esses atos nem forneceu um detalhamento do número de vítimas civis ou baixas em suas fileiras.

O presidente interino sírio, Ahmed al-Sharaa, anunciou hoje a formação de um “comitê independente para investigar violações contra civis” e apurar quem são os responsáveis pelo massacre.

Esta comissão, que terá 30 dias para enviar o relatório à Presidência, foi encarregada de “revelar as causas, circunstâncias e condições que levaram à ocorrência destes fatos”, bem como identificar os responsáveis ​​para levá-los à Justiça.

Fonte: EFE

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