A Comissão de Prisioneiros Palestinos — organização que monitora a questão dos presos políticos em custódia de Israel — confirmou nesta quinta-feira (28) que as condições das mulheres palestinas no presídio colonial de Damon se degradaram a níveis alarmantes de abuso e negligência.

Conforme um advogado da comissão, a administração carcerária insiste em negar roupas de inverno e cobertores às prisioneiras, à medida que se aproxima o inverno. Seu acesso a itens de higiene é severamente restrito, salvo um pouco de xampu, notou o relato.

O documento reiterou ainda a falta e má qualidade dos alimentos fornecidos às mulheres pelas autoridades da ocupação, com “pouco mais que legumes” cedidos a sua dieta em um período de mais de sete meses, levando a problemas de saúde.

A comissão destacou relatos perturbadores de prisioneiras em Damon, que sofrem quase diariamente com a invasão de guardas a suas celas, seja como punição coletiva ou tática de intimidação, incluindo apreensão de pertences inofensivos, como artesanato.

O relatório corroborou que o vice-diretor da penitenciária de Damon agrediu fisicamente diversas prisioneiras, para além de abuso verbal como incidência cotidiana.

A comissão alertou que muitas prisioneiras mesmo evitam buscar tratamento médico na clínica da penitenciária, por receio de maus tratos. Em vez de cuidados, notificou o relato, muitas são submetidas a interrogatórios violentos durante as visitas.

A maioria das prisioneiras em questão foram abduzidas por forças ocupantes no contexto do genocídio em Gaza, desde outubro de 2023, mantidas sob detenção administrativa — sem julgamento ou sequer acusação; reféns, por definição.

A Autoridade Palestina estima que, neste período, forças israelenses detiveram ao menos 11.500 palestinos da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, além de número desconhecido de sequestrados em Gaza, desaparecidos em campos de concentração.

Fonte: Monitor do Oriente

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