‘O Escritório de Direitos Humanos da ONU lembra a Israel que a transferência forçada da população do norte de Gaza equivaleria a um crime de guerra’, diz comunicado. De acordo com médicos palestinos, 10 pessoas morreram em fila para receber comida. Israel diz não ter civis como alvo.

O escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas disse, nesta segunda-feira (14), estar “chocado com a situação desesperadora” ​​no norte da Faixa de Gaza, onde milhares de civis estão presos sem comida ou suprimentos, após mais de uma semana de ataques israelenses pesados.

“À sombra da escalada das hostilidades no Oriente Médio, o exército israelense parece estar isolando completamente o norte de Gaza do resto da Faixa de Gaza e conduzindo as hostilidades com absoluto desrespeito às vidas e à segurança dos civis palestinos. (…) Israel, como potência ocupante, tem a obrigação de garantir alimentos, água, cuidados médicos e outras necessidades básicas para os civis em Gaza, incluindo cumprir seu dever de garantir a ordem pública e a vida civil”, diz.

Em comunicado, a agência afirmou ter recebido relatos de que forças israelenses ergueram montes de areia em um ponto-chave para aqueles que tentam sair do norte de Gaza para a região central do território, efetivamente “isolando o norte de Gaza” e atirando naqueles que tentavam fugir.

Israel diz que não tem alvos civis (leia mais abaixo).

O texto ainda destaca que os ataques a escolas que servem como abrigos para deslocados no campo de refugiados de Jabalia ocorreram “quase diariamente” durante os últimos oito dias.

“O Escritório de Direitos Humanos da ONU lembra a Israel que a transferência forçada da população do norte de Gaza equivaleria a um crime de guerra e pode equivaler a outros crimes de atrocidade, assim como atirar em civis que fogem das hostilidades em resposta às suas ordens, e exige o fim imediato do cerco ao norte de Gaza”, ressalta a organização.

Na manhã deste sábado (12), mensagem das Forças de Defesa de Israel alertava a população de uma área conhecida como ‘D5’, ao norte de Gaza, para fugir para o sul e dizia que as tropas israelenses “estão operando com grande força contra as organizações terroristas e continuarão a fazê-lo por muito tempo”.

Já o Hamas pediu que a população não abandonasse a região, alegando que o sul é “igualmente perigoso”.

De acordo com médicos palestinos, as forças israelenses intensificaram o cerco em Jabalia nesta segunda-feira, matando pelo menos 10 pessoas que faziam fila para receber comida; 40 ficaram feridas.

O Exército israelense disse que o incidente está sob investigação. “A IDF direciona seus ataques e operações somente contra alvos e agentes terroristas e não tem como alvo objetos civis e civis”, disse.

Fonte: G1

Deixe uma resposta