Corte Arbitral do Esporte rejeitou apelo da federação israelense. Entenda o caso

A equipe de ginástica artística de Israel, incluindo o atual campeão mundial de solo e medalhista olímpico Artem Dolgopyat, foi impedida de participar do Campeonato Mundial de Ginástica Artística, que começa neste domingo (19) em Jacarta, capital da Indonésia. O governo indonésio negou a concessão de vistos aos atletas israelenses, citando como justificativa o genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza, informou a Associated Press.

A decisão provocou forte reação da Federação Israelense de Ginástica (IGF), que recorreu à Corte Arbitral do Esporte (CAS) para exigir que o evento fosse cancelado, transferido ou que fosse garantida sua participação. O tribunal, porém, rejeitou todos os pedidos da federação, afirmando que a FIG (Federação Internacional de Ginástica) não tem autoridade sobre a política de vistos do país-sede.

Em nota, a IGF declarou estar “profundamente desapontada” com o veredito e acusou os organizadores de promover “uma situação de discriminação contra uma federação-membro”.

“É inconcebível que um país possa impedir outro de competir em um Campeonato Mundial enquanto as entidades dirigentes permanecem inertes”, afirmou a entidade, conforme noticiado pela BBC, acrescentando que a decisão “mina os próprios fundamentos do esporte e da competição justa”.

O campeão olímpico Dolgopyat também se manifestou nas redes sociais, dizendo que ele e seus colegas estão “profundamente preocupados com o impacto dessas decisões no futuro do esporte e das próximas delegações”.

A Indonésia, país de maioria muçulmana e que não mantém relações diplomáticas com Israel, tem um histórico de boicotes esportivos envolvendo o país. Em 2023, Jacarta perdeu o direito de sediar a Copa do Mundo Sub-20 da FIFA após o governador de Bali se recusar a receber a seleção israelense. Em 1962, o país também havia sido suspenso dos Jogos Olímpicos de 1964 por negar vistos a atletas israelenses.

A exclusão da equipe israelense ocorre em meio à crescente condenação internacional à campanha militar israelense em Gaza, que já assassinou mais de 67 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave — números considerados confiáveis pela ONU. Mais de 90% dos edifícios residenciais foram danificados ou destruídos, e a Comissão de Inquérito das Nações Unidas declarou formalmente em setembro que Israel cometeu genocídio contra os palestinos.

A tensão também chegou ao mundo esportivo: no mês passado, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez defendeu que Israel seja suspenso de competições internacionais, e vozes semelhantes têm surgido em outros países.

O Campeonato Mundial de Ginástica Artística vai até o dia 25 de outubro e reúne 85 países, já contabilizando a ausência israelense.

Fonte: Brasil 247

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