JN escala Armínio Fraga, que clama pelo congelamento do salário mínimo, para defender Motta e ricaços. Em editorial, clã Marinho diz que é “absurdo taxar super ricos”. Veja critica Lula por ser “pai dos pobres”.
A campanha pela taxação dos super ricos, que ganhou corpo nas redes sociais após a tentativa de Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) desencadearem o golpe dos ricaços para “sangrar” Lula até as eleições de 2026, expôs a relação promíscua das famílias que comandam a mídia liberal com a Faria Lima, o Centrão e a ultradireita neofascista de Jair Bolsonaro (PL) na pauta econômica e na defesa dos 433 mil milionários do país, segundo dados do banco suíço UBS.
Em “reportagem” vergonhosa e ridícula na noite desta quinta-feira (3), o clã Marinho usou o Jornal Nacional para defender Motta e os ricaços, que segundo a Globo se tornaram vítimas “dos ataques nas redes sociais, com o uso de inteligência artificial, após a derrubada do aumento do IOF pelo Congresso no dia 25 de junho”.
Após Renata Vasconcellos atrelar o início dos ataques ao PT, como sempre, pela publicação de vídeos feitos com inteligência artificial “falando em cobrar mais dos super-ricos” e “defender justiça tributária”, o JN sacou o economista Armínio Fraga, histórico representante do neoliberalismo no Brasil – que recentemente defendeu congelar o salário mínimo por seis anos para reduzir o “gasto público” -, para dizer que “segundo economistas, o aumento de IOF não representa justiça tributária”.
Em seguida, o JN passa a defender Motta, “um dos mais atacados”, e divulgou o vídeo publicado nas redes sociais pelo presidente da Câmara se vitimizando do “nós contra eles”.
A Globo ainda escancarou a relação com o neofascismo ao convocar os bolsonaristas Rogério Marinho (PL-RN) e Zucco (PL-RS) – autor do PL inconstitucional que derrubou as mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) – para defender os ricaços dos “ataques” do PT nas redes.
“A mesma mão que afaga, apedreja. É o presidente Lula e o PT que vão às redes sociais desqualificar e transferir responsabilidades ao Congresso”, disse o líder de Bolsonaro no Senado.
“O que o Partido dos Trabalhadores, o PT, está fazendo nas redes sociais é muito grave”, choramingou o líder na Câmara acusando, de forma surreal, o governo de “radicalismo” e dizendo que “o Brasil precisa de paz, de equilíbrio, de responsabilidade, e não de um governo que instiga confronto social”.
Por fim, o clã Marinho expõe sua real preocupação com o avanço do debate sobre os endinheirados no Brasil e escala “o cientista político Carlos Pereira” para defender a “higidez das contas públicas” – entenda-se corte de gastos nas políticas sociais – e falar dos impactos que o tema terá nas eleições de 2026.
“Não adianta o presidente Lula transferir essa responsabilidade e dizer: ‘Não, é o Congresso que não está me deixando fazer isso’, porque, para o eleitor, o eleitor sempre vai perceber o Executivo como o responsável por essas políticas”, diz o cientista político.https://d-41308284812433606896.ampproject.net/2505300108000/frame.html
Sentiram!
O avanço da campanha pela taxação dos super ricos e o embate nas redes expondo quem defende os interesses dos endinheirados no país deixou a mídia neoliberal em polvorosa.
Após a edição do JN, o clã Marinho soltou um editorial no jornal O Globo, seu porta-voz político, dizendo que os “ataques ao Congresso são inaceitáveis”.
“Tomaram conta das redes sociais de inclinação petista vídeos alvejando o Parlamento, em particular o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Num deles, Motta é exibido como defensor de menos imposto para ricos e de ‘congelar’ o salário mínimo. Noutro, mais agressivo, o Congresso é tachado de ‘inimigo do povo’”, inicia o clã Marinho, no choramingo editorial.
De forma desavergonhada, o clã Marinho diz ainda que “todos os avanços do Brasil passam pelo Congresso, como as reformas da Previdência e tributária”, sobre as duas pautas neoliberais que tiraram direitos dos mais pobres, critica a mudança no IOF e diz que “é absurdo acreditar que a solução se resume a ‘taxar os super-ricos’”.
Na edição desta sexta-feira (4), O Globo ainda traz uma série de “reportagens” enviesadas, dizendo que “perfis ligados ao PT usam vídeos com IA e turbinam ataques contra Motta e Congresso nas redes”, que a “Inteligência artificial barateia, expande e muda guerra política nas redes” – mesmo sendo contra, até a semana passada, da regulamentação das big techs – e faz eco na revista Veja, outra representante histórica do neoliberalismo no país.
Em mais uma capa, a revista – que já pertenceu à família Civita e após o descrédito editorial foi assumida pela Faria Lima – diz que Lula teve uma “recaída populista”, em uma montagem feita por IA do presidente com cartões do Bolsa Família, Pé de Meia, BPC e um botom de 2026.
A “reportagem” é mais uma peça publicitária da Faria Lima para fazer a defesa dos endinheirados e atacar, mais uma vez, Lula de forma enfurecida, como tem feito ao longo de quase 50 anos.
“Ser ‘pai dos pobres’, se já foi suficiente um dia, já não basta mais. O figurino pode até dar um pouco de fôlego a Lula, mas dificilmente será a redenção de um governo”, diz a recalcada publicação, após levantar o histórico de luta de Lula pelo interesse da população mais pobre, explorada há décadas pela aliança entre mídia liberal, endinheirados e o centrão fisiológico – que agora tem o apoio do neofascismo bolsonarista.
Fonte: Revista Fórum