Ministro fala em demolir casas e matar milhares de “terroristas”
O exército israelense desenvolveu, no início de julho, nova “operação antiterrorista” no campo de refugiados palestinos de Jenin, na Cisjordânia. De acordo com as agências de notícias, a operação, a maior do tipo em 20 anos, causou a morte de 12 palestinos.
Enquanto isso, os ataques das milícias armadas de colonos israelenses se multiplicam em toda a Cisjordânia, sob o impulso mal disfarçado do governo de Benjamin Netanyahu. A operação militar em Jenin faz parte da ofensiva permanente para erradicar qualquer forma de resistência, ou seja, qualquer oposição à expropriação das terras palestinas por parte dos colonos.
O exército, especializado em ações contra a população civil palestina, interveio com 1,5 mil soldados e 150 blindados, apoiados por aviões de combate e drones. Edifícios e instalações civis foram bombardeados, o que causou a fuga de milhares de habitantes.
Em Nablus, Ramallah, Al-Bireh e em vilas e campos de refugiados, foram organizadas manifestações de apoio aos palestinos. Veículos da polícia da Autoridade Palestina, enviados para impedir os atos, foram incendiados. Houve também manifestações, com a participação de militantes judeus, nas vilas palestinas do interior do Estado israelense, como em Sakhnin, na Galileia.
Como os pogroms
Em junho, o ministro israelense racista Itamar Ben-Gvir havia dito: “Temos necessidade de nos instalar na terra de Israel e, além de nos instalar, temos necessidade de uma vasta operação militar, de demolir suas casas e matar os terroristas. Não um, nem dois, mas dezenas, centenas e se necessário milhares”.
Para os dirigentes israelenses, qualquer palestino que resista é considerado terrorista. Os recentes ataques foram comparados aos sofridos no passado pela população judaica submetida ao império czarista russo, os chamados pogroms.
O terror contra a população civil palestina decorre de uma política sistemática existente desde a fundação do Estado de Israel. Muitos militantes palestinos colocam hoje como urgente a necessidade de unificação da resistência à ocupação e ao apartheid israelense.
Correspondente
Fonte: O Trabalho