Projeto de lei para banir plataforma ganhou força após 7 de outubro de 2023, segundo Mike Gallagher; relatório de 2024 indica que Tel Aviv estava preocupado com propagação de conteúdo pró-Palestina no aplicativo
O senador e o ex-congressista norte-americanos, Mark Warner e Mike Gallagher, respectivamente, revelaram neste domingo (16/02) que o projeto de lei para banir o aplicativo TikTok, da empresa chinesa ByteDance, ganhou força após o 7 de outubro de 2023, e não devido a preocupações com relação à segurança nacional, como alegou o Congresso dos Estados Unidos.
“Tivemos um consenso bipartidário. Tínhamos o poder executivo, mas o projeto ainda estava morto até 7 de outubro. E as pessoas começaram a ver um monte de conteúdo antissemita na plataforma e nosso projeto de lei voltou a ter pernas”, contou Gallagher durante um painel na Conferência de Segurança de Munique. O ex-congressista foi quem apresentou o projeto pela primeira vez em 2023, alegando que o aplicativo ameaçava a segurança do país.
Entretanto, de acordo com o portal Middle East Eye (MEE), as autoridades israelenses desempenharam um papel significativo para impulsionar a retirada da plataforma. De acordo com um memorando do Departamento de Estado obtido pela rádio norte-americana NPR, o vice-diretor geral do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Emmanuel Nahshon, havia afirmado que o algoritmo do TikTok promovia conteúdo pró-Palestina, elevando a rejeição dos jovens às ações de Israel na Faixa de Gaza.
Ainda segundo o relatório, o senador Mitt Romney também reforçou essa tese ao sustentar que a frequência de conteúdo relacionado à Palestina no aplicativo excedeu em muito outras plataformas.
Em março de 2024, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou um projeto de lei exigindo que a empresa-mãe ByteDance vendesse o TikTok para uma corporação nacional sem vínculos com o governo chinês, caso contrário, ameaçando-a de proibir seu uso em todo o país.
Foi nesse mesmo mês que a NPR divulgou o conteúdo do memorando, afirmando que o governo do ex-presidente Joe Biden estava “preocupado que Israel esteja cometendo um ‘grande erro estratégico’ ao negar ‘danos grandes, possivelmente geracionais’ à reputação de Israel em todo o mundo por causa de sua guerra em Gaza”.
O documento obtido pela NPR relatava que, além de culpar o algoritmo do TikTok por supostamente favorecer a disseminação de conteúdo pró-Palestina, o governo israelense havia solicitado influenciadores, tanto nos EUA quanto na Europa, para que divulgassem vídeos críticos ao ataque do Hamas em 7 de outubro.
Fonte: Ópera Mundi