Estudantes moram em Araci, a 200 km de Salvador. Luva tradicional de plástico se decompõe entre 300 e 400 anos.

Um grupo de cinco alunos do 1º ano do ensino médio do Centro Territorial de Educação Profissional do Sisal II, na cidade de Araci, a 200 km de Salvador, criou luvas a partir da produção de bioplástico da Agave sisal.

O experimento já rende frutos e os estudantes estão entre os finalistas da 9ª edição brasileira do Solve For Tomorrow (Repostas para o Amanhã), programa global de cidadania corporativa promovido pela Samsung.

A iniciativa é conhecida por estimular alunos e professores da rede pública de ensino a desenvolverem soluções para problemas locais por meio da abordagem STEM – sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática.

O projeto foi desenvolvido pelos estudantes Maria Isabela, de 15 anos, Isabel Oliveira, 16, Sarah Moura, 15, Adriele Pietra,15, e Luan Santos, 15. O grupo é orientado pela professora Pachiele Cabral.

“A gente está tentando focar em ajudar a nossa região e os laboratórios. A luva normal tem tempo de degradação de 300 a 400 anos e o bioplástico de seis a oito meses, além da energia”, afirmou Maria Isabela, uma das alunas do grupo.

Segundo a professora Pachiele Cabral, a ideia surgiu na sala de aula, em maio deste ano, durante uma discussão sobre o acúmulo de lixos de equipamentos de proteção individual (EPI) usados nas aulas práticas.

“Começamos a pensar na questão da consciência da quantidade de lixo causado por esses EPIs”, contou a professora.

Inovador, o projeto durou cerca de dois meses para ser produzido. Antes não havia um bioplástico feito com o sisal.

“A gente escolheu ele por ser o nosso ouro local, o que a gente produz em grande quantidade na região. Foram muitas metodologias a serem trabalhadas até a gente encontrar o melhor sisal”, explicou Pachiele Cabral.

De acordo com a orientadora do projeto, o sisal possui uma película que a protege contra ataques antimicrobianos. Com isso, os alunos querem provar que essa luva também vai ter uma capacidade de inviabilizar vírus e bactérias.

“No processo pandêmico que a gente viveu e que a gente não sabe o futuro, será um equipamento de proteção que vai auxiliar a população”.

O projeto está em processo de produção. A próxima etapa será de testes de comparação com as luvas disponíveis no mercado. Serão analisados a impermeabilidade, flexibilidade, conforto, tração e capacidade antialérgica.

Fonte: G1

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