Alagoas conta com três empresas privadas no setor de prestação de serviços de água e de esgoto para atender a população, além da Casal que ainda é responsável pelos serviços de saneamento em 77 municípios. Apesar da quantidade de concessionárias, os números sobre saneamento básico ainda estão longe do ideal.
O estado ainda trava uma luta para conseguir levar os serviços de água e esgotamento sanitário para os mais 3,3 milhões de habitantes que vivem no estado. Deste total, mais de 2,6 milhões de pessoas não são atendidas com coleta de esgoto.
Faltam ainda passos largos para universalizar o saneamento básico. Pelo menos é o que apontam os dados presentes no Painel Saneamento Brasil. Segundo os números 74,1% da população alagoana é abastecida com água potável e somente 17,9% conta com coleta de esgoto.
Além disso, apenas 20,5% do esgoto produzido é tratado – índice inferior à média nacional de 51,2%. O estado do nordeste brasileiro ainda enfrenta dificuldades em controlar as perdas na distribuição, no qual, 46,9% do recurso hídrico é perdido antes de chegar nas residências.
Conforme o estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil “Avanços do Novo Marco Legal do Saneamento Básico”, relatório que tem como intuito acompanhar o estágio de implantação e os potenciais ganhos socioeconômicos suscitados pela Novo Marco, nos últimos três anos (período de vigência do Novo Marco Legal do Saneamento) ocorreram processos licitatórios significativos no setor de saneamento.
Sendo assim, Alagoas tem alinhado entre as prioridades na agenda pública a universalização do saneamento. O acesso pleno aos serviços básicos impactará positivamente na melhoria da qualidade de vida dos habitantes e, resultará em significativos ganhos econômicos para a localidade.
Entre as capitais, Maceió avança lentamente para cumprir com as metas de universalização do saneamento básico do marco legal aprovado em 2020, que propõe que até 2033, 99% da população brasileira tenha acesso a água potável e 90% com coleta e tratamento de esgotos.
A capital Maceió tem 71% da população sem acesso a esgoto. Conforme o Instituto Trata Brasil, o investimento da capital alagoana é o 7º menor do Nordeste, estando acima apenas dos valores aplicados em saneamento básico em João Pessoa (PB) de R$ 46,05 habitante/ano e São Luís (MA) de R$ 48,83. Em Fortaleza (CE) a média de investimento é R$ 125,27, em Recife (PE) R$ 116,60, em Salvador (BA) 97,67, Teresina (PI) R$163,08, Natal (RN) 217,44 e Aracaju (SE) 147,40.
No Ranking de 2023, Maceió ocupava a posição nº 93 entre os 100 municípios com a situação de saneamento básico analisada. Este ano, a cidade aparece no ranking em 89º lugar, uma variação positiva de quatro lugares em relação ao ranking anterior, porém um crescimento acanhado.
Segundo os dados do Ranking do Saneamento 2024, Maceió apresentou melhor desempenho em oferta de água potável aos habitantes, com 86,91% da população sendo atendida. Já no indicador de atendimento de esgoto, apenas 28,10% da população tinha acesso. Segundo o Ranking 2024, apenas 31,9% dos esgotos da cidade recebem tratamento.
Empresa diz que dados mostram avanço na capital
A BRK atende os 13 municípios da Região Metropolitana de Maceió, dez dos quais com concessão compartilhada com a Casal. Segundo a BRK, foi em 2024, pela primeira vez, após cinco anos consecutivos, que a capital alagoana apresentou um avanço no ranking de saneamento dos municípios brasileiros, subindo quatro posições.
A cobertura da rede de esgotamento sanitário também deve atingir 90% da população até 2037, pelo menos essa é a previsão contratual.
Os dados, divulgados pelo Trata Brasil, em março deste ano, são referentes a 2022 – período em que a concessionária havia completado cerca de um ano de atuação na Região Metropolitana de Maceió.
Para a BRK, o resultado reflete os investimentos significativos feitos pela empresa na infraestrutura de saneamento básico. A BRK atende mais de 1 milhão de pessoas na Região Metropolitana de Maceió.
A meta da companhia, que tem uma concessão de 35 anos, é universalizar o serviço de água até 2027, reduzindo as perdas para no máximo 25% em 20 anos.
Ainda conforme a BRK, em 2020, apenas 27% da Região Metropolitana de Maceió tinha acesso aos serviços de coleta e tratamento de esgoto.
Fonte: Tribuna Hoje