O Movimento Unificado de Vítimas da Braskem (MUVB) diz que a situação está cada vez mais crítica na região do Mutange, bairro afetado pela mineração da Braskem e cuja uma das minas apresenta risco iminente de colapso.
O temor deve-se à possibilidade de formação de dolinas, que são uma espécie de fenda abaixo do solo formada caso a mina da Braskem possa colapsar. Há o risco, de acordo com o MUVB, de que essa dolina sugue as águas da Lagoa Mundaú e “engula” as margens da lagoa.
Próximo ao Mutange, há habitações na região dos Flexais e na Rua Marquês de Abrantes, em Bebedouro. Mais de mil pessoas residem nos dois locais.
De acordo com um relatório do Instituto alemão IFV, as minas localizadas nas margens da lagoa têm um maior risco de colapsar e é justamente uma delas, a mina de número 18, no bairro do Mutange, que vem apresentando sismos de forma bastante frequente desde o dia 6 de novembro. Os sismos vêm aumentando sua intensidade e frequência e prossegue em direção à superfície.
Para Neirevane Nunes, bióloga doutoranda com tese sobre os impactos socioambientais da mineração de sal-gema pela Braskem no Complexo Estuarino Lagunar Mundaú Manguaba, pouco se fala sobre as minas da Laguna Mundaú. A profissional faz parte do MUVB e foi moradora do bairro de Bebedouro por 40 anos.
“No colapso de uma mina dessas da Laguna, ela ‘puxaria’ a água ‘fazendo um redemoinho’, tipo quando a gente fecha o ralo da pia, enche de água e depois tira-se o tampão do ralo”, exemplifica.
Segundo ela, a Defesa Civil de Maceió vem escondendo informações e há uma necessidade urgente de presença da Defesa Civil Nacional e do Serviço Geológico do Brasil em Maceió.
O município de Maceió emitiu alerta para que as pessoas se afastem da região do Mutange e, em especial na Lagoa Mundaú. O Ministério Público Federal foi informado no início da tarde sobre a possibilidade da ocorrência de dolinamento na região da lagoa. Nesta ocasião, recomendou a intensificação de todas as medidas de proteção das pessoas e de comunicação à sociedade, inclusive, com a publicação de alertas.
Fonte: Jornal de Alagoas