A polícia procura por um pastor de uma igreja evangélica suspeito de manter, em parceria com a esposa, uma clínica clandestina na zona rural de Anápolis, em Goiás. No local, 50 pessoas que estavam em cárcere privado, vítimas de tortura, foram resgatadas.
Segundo a Polícia Civil de Goiás, todas as vítimas são homens, entre 14 e 96 anos. Dentre eles, há pacientes com deficiência intelectual, cadeirante, autista e alguns dependentes químicos. Os investigadores comparam o local a campos de concentração nazistas.
As vítimas eram trancadas, em ambiente insalubre, com alimentação precária, sem medicação e nenhum acompanhamento médico ou psicológico. Segundo as investigações, eles foram levados de forma ilegal e involuntária ao local.
Por lá, as vítimas eram confinadas mediante pagamento de, no mínimo, um salário mensal. Vários apresentavam lesões graves, desnutrição e confusão mental compatível com sedação.
Pastores são presos
Seis pessoas foram presas em flagrante, entre eles, Suelen Klaus, que é servidora da Companhia Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT) e esposa do pastor Junior Klaus, que está foragido.
Também receberam voz de prisão quatro funcionários que agrediam fisicamente as vítimas, na tentativa de contê-los. Todos responderão por tortura e cárcere privado qualificado.
Após o resgate, as vítimas foram acolhidas pelos serviços de saúde mental e assistência social da prefeitura de Anápolis, onde passaram a madrugada desta quarta-feira (30) recebendo alimentação, higiene e primeiros socorros no estádio da cidade, local em que foi montado uma força-tarefa para recebê-los.
Os servidores identificaram as vítimas e procuram por familiares, já que muitos são de outros estados. Alguns precisaram ser hospitalizados e foram resgatados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.
Fonte: BHAZ