Bolsonaro diz em audiência que violou tornozeleira porque teve ‘alucinação’
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse hoje em audiência de custódia que teve “alucinações” e “certa paranoia” e, por isso, violou a tornozeleira eletrônica na madrugada de sábado.
O que aconteceu
Bolsonaro disse que agiu sozinho, e que a filha Laura, seu irmão mais velho e um assessor dormiam e não viram a ação. Ele tentou romper sua tornozeleira eletrônica usando um ferro de solda “pois tem curso de operação desse tipo de equipamento”. A audiência de custódia foi conduzida pela juíza Luciana Yuki Fugishita Sorrentino.
“O depoente afirmou que estava com “alucinação” de que tinha alguma escuta na tornozeleira, tentando então abrir a tampa. O depoente afirmou que não se lembra de surto dessa natureza em outra ocasião. O depoente afirmou que passou a tomar um dos remédios cerca de 4 (quatro) dias antes dos fatos que levaram à sua prisão.”
Ata de audiência de custódia.
Ex-presidente alegou que teve “certa paranoia” de sexta para sábado em razão de medicamentos que tem tomado. Segundo ele, medicação foi receitada por médicos diferentes e que “interagiram de forma inadequada”, mas que não se lembra de surto dessa natureza em outra ocasião. Além disso, afirmou que passou a tomar um dos remédios cerca de quatro dias antes dos fatos que levaram à sua prisão.
Bolsonaro disse à juíza que não tinha interesse de fugir. Ele também descartou que a vigília convocada pelo filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), tivesse intuito de causar tumultuo e disse que o ponto de encontro da manifestação, na frente do condomínio dele, era a 700 metros da casa onde ele estava preso.
Ex-presidente disse que parou de usar a solda quando “caiu na razão”. Segundo Bolsonaro, em seguida, ele teria comunicado o que tinha feito aos agentes de sua custódia. O centro que monitora Bolsonaro desde 18 de julho informou que o sistema gerou alerta “indicando violação” à 0h07 de ontem. Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã de ontem.
Audiência avaliou a legalidade da prisão. A audiência não discutiu o mérito da acusação, mas conferiu se aos direitos fundamentais do ex-presidente foram respeitados e sua integridade física e psicológica preservadas.
A sessão foi virtual em razão do status do ex-presidente. Embora o Conselho Nacional de Justiça recomende que a audiência seja presencial, o formato por videoconferência tem sido utilizada com frequência pelo Supremo.
Fonte: Uol






