Com o aumento de casos de Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem sido pressionado tanto por auxiliares diretos como por parlamentares governistas a recuar da previsão de reajuste neste ano a policiais federais.
O argumento é de que, além de a iniciativa estar estimulando greves no setor público, ela ocorre em um momento no qual o governo federal poderá ser obrigado a aumentar os repasses para estados e municípios no combate à variante Ômicron.
Bolsonaro pediu no fim de semana “sensibilidade” ao funcionalismo e argumentou que não há espaço no Orçamento para dar aumento para todos. “Pode ser que não tenha reajuste para ninguém”, disse o presidente no sábado (08).
Policiais se sentem traídos por Bolsonaro
Nesta segunda-feira (10), policiais federais e rodoviários demonstraram preocupação com o possível recuo. Membros dos órgãos já falam em “traição” e “golpe” do presidente, caso ele descumpra o compromisso firmado no fim de 2021.
Policiais federais, policiais rodoviários federais e líderes de associações que representam a categoria afirmaram reservadamente que um possível recuo de Bolsonaro pode fazer milhares de policiais irem às ruas criticar uma “falta de compromisso” do presidente para com o órgão.
O presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) e um dos líderes da União de Policiais do Brasil, Dovercino Neto, afirmou que Bolsonaro “trairá” novamente a categoria caso recue e não conceda reajuste aos policiais. “As falas do fim de semana são muito preocupantes. Caso o presidente recue, vai ser mais uma traição, um golpe na nossa carreira”, disse.
Fonte: DCM