Relatório da Coalizão Florestas e Finanças Revela Que o Brasil é o Principal Financiador Global da Destruição Florestal

Um estudo divulgado nesta quarta-feira, 16, pela Coalizão Florestas e Finanças aponta que os maiores bancos do mundo destinaram aproximadamente US$ 395 bilhões a setores diretamente relacionados à destruição de florestas tropicais e à violação de direitos humanos entre janeiro de 2016 e junho de 2024. Esses investimentos focam em empresas que operam em cadeias produtivas de commodities de alto risco, como carne bovina, óleo de palma, celulose, papel, borracha, soja e madeira, afetando regiões na América Latina, Sudeste Asiático e África Central e Ocidental.

O Brasil se destaca como o principal financiador global dessas atividades, sendo responsável por 72% do crédito destinado à produção e processamento de commodities associadas ao desmatamento. Entre 2016 e junho de 2024, os bancos brasileiros investiram US$ 188 bilhões nesses setores. Os três maiores bancos do país – Banco do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco – sozinhos forneceram US$ 35 bilhões no período mais recente, de janeiro de 2023 a junho de 2024.

Os relatórios enfatizam a necessidade urgente de regulamentações financeiras mais rigorosas, uma vez que as iniciativas voluntárias de sustentabilidade adotadas pelos bancos têm se mostrado insuficientes para conter o desmatamento. “Sem mudanças regulatórias que imponham requisitos socioambientais mais rigorosos, o setor financeiro brasileiro continuará a impulsionar a destruição das florestas e a comprometer as metas de biodiversidade”, alertou Tarcísio Feitosa, articulador da Coalizão para o Brasil.

Composta por organizações como Repórter Brasil, Rainforest Action Network e Amazon Watch, a Coalizão defende que a transparência e a responsabilização das instituições financeiras são essenciais para interromper o financiamento de projetos prejudiciais e proteger os biomas ameaçados. O estudo destaca a urgência de ações imediatas para garantir que os investimentos não comprometam a saúde dos ecossistemas e a sobrevivência das comunidades dependentes das florestas.

Fonte: Fronteira Livre

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