Segundo a ONU, enquanto a travessia de Rafah continua fechada, é impossível coletar ajuda humanitária

Altos funcionários humanitários da Organização das Nações Unidas (ONU) descreveram nesta segunda-feira (1) como apocalíptica a situação na cidade de Gaza, ao norte, onde mais de 84 mil pessoas foram obrigadas a abandonar  recentemente suas casas.

Louise Wateridge, representante da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (Unrwa), assegurou que o êxodo coincide com o aumento dos bombardeios israelenses. 

“A maioria das pessoas perdeu suas casas, total ou parcialmente, e tem que fugir com muito poucas pertences; essencialmente o que podem carregar em suas mãos”, detalhou a funcionária em declarações ao portal de notícias da ONU.

Como consequência, os deslocados são obrigados a se alimentar com folhas de árvores ou têm apenas farinha para sobreviver.

“As mulheres grávidas e as pessoas com deficiência estão entre as mais vulneráveis, pois não conseguem se mover facilmente durante os deslocamentos forçados, além de uma grande preocupação com milhares de crianças desacompanhadas e separadas”, disse ainda.

A Unrwa manifestou sua preocupação com a falta de combustível, suprimentos de ajuda e segurança para manter suas operações, consideradas as mais importantes para os palestinos deslocados.

O organismo alertou sobre as dificuldades para seu pessoal em geral, “que por sua vez está lutando para sobreviver durante esta guerra”.

Segundo a ONU, enquanto a travessia de Rafah continua fechada, é impossível coletar ajuda humanitária na passagem de Kerem Shalom para distribuí-la dentro de Gaza devido à falta de ordem pública e segurança, bem como às hostilidades em curso, estradas danificadas, escassez de combustível e restrições de acesso.

Durante todo o mês de junho, as autoridades israelenses permitiram menos da metade das 115 missões de assistência humanitária planejadas para o norte de Gaza.

Mais de um terço sofreu impedimentos; a quase 10 por cento foi negado o acesso; e cerca de nove por cento foram canceladas por razões logísticas, operacionais ou de segurança, confirmou nesta segunda-feira Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral António Guterres.

Fonte: Prensa Latina

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