Estatística indica que 2,4% da população do enclave palestino foi assassinada desde o início da ofensiva, em outubro de 2023

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza publicou um informe neste domingo (23/03) afirmando que foram registradas 128 mortes de civis e 260 pessoas feridas nas últimas 24 horas de bombardeios israelenses contra a regiões no norte e no sul do território palestino.

Segundo o canal Al Jazeera, do Catar, as estatísticas registradas neste domingo elevam a mais de 50 mil o número total de vítimas do massacre israelense na Faixa de Gaza – que teve seu início em outubro de 2023.

A superação dessa marca representa a morte de 2,4% da população total do enclave, estimada em 2,1 milhões em um informe de 2021 da Agência Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, por sua sigla em inglês), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).

Esse registro deste domingo também aumenta para mais de 600 as vítimas fatais, e em mais de 3 mil as pessoas feridas, contabilizadas desde a retomada dos bombardeios ao enclave, na última terça-feira (18/03), quando Israel rompeu o acordo de cessar-fogo com o grupo de resistência Hamas, que estava vigente desde 19 de janeiro.

Este foi o sexto dia seguido de bombardeios sobre a Faixa de Gaza, com ataques à região de Rafah, no sul do enclave, que provocaram o deslocamento de parte da população, ao mesmo tempo em que continuaram a suas operações no norte do território palestino.

Mortes indiretas

Há de se considerar, também, que existe um estudo reconhecido internacionalmente sugerindo que o número total de vítimas do genocídio cometido por Israel em Gaza pode ser até três vezes maior, já que os dados oficiais consideram apenas as mortes diretas causadas pelos bombardeios e ações terrestres do exército israelense.

Esse estudo, publicado em meados de 2024, afirma que caso sejam contabilizadas as pessoas desaparecidas sob os escombros e as mortes indiretas – pessoas que faleceram por falta de insumos médicos, água ou alimentos, itens cuja entrada em Gaza está restringida por decisão de Tel Aviv – o total de mortes poderia ser superior a 180 mil.

O estudo foi realizado pelo pesquisador britânico Martin McKee, que é membro do conselho editorial do Israel Journal of Health Policy Research e do Comitê Consultivo Internacional do Instituto Nacional de Investigação sobre Políticas de Saúde de Israel. Em seu trabalho, ele contou com a colaboração da jornalista libanesa Rasha Khatib e do médico indiano-canadense Salim Yusuf.

Fonte: Ópera Mundi

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